01.02.2024 - Empresário
português, Mário Leitão
pretende implementar
projecto de
solidariedade em São
Tomé e Príncipe
1-
Gostaria que se
apresente. Como se
chama? Qual a sua área
de actividade?
O
autor da proposta é
António Mário Leitão,
licenciado em Farmácia
pela Universidade do
Porto, que exerceu
várias actividades no
domínio da Saúde:
monitor universitário,
analista clínico,
coordenador do Serviço
de Sangue do Hospital
Distrital de Viana do
Castelo, professor de
Microbiologia Médica e
de Farmacologia da
Escola Superior de
Enfermagem de Viana do
Castelo e
director-técnico de uma
farmácia de oficina.
Foi
também Delegado Regional
do Instituto da
Juventude /FAOJ
(Ministério da Educação)
e voluntário/fundador em
várias associações
culturais. É membro do
LIONS INTERNATIONAL
desde 1987, através do
Lions Clube de Ponte de
Lima, do qual várias
vezes foi presidente.
Foi
piloto-aviador PPA da
Direcção Geral de
Aeronáutica Civil,
monitor nacional de
mergulho pela Escola de
Mergulhadores da Armada,
instrutor internacional
de mergulho de três
agências (PADI, SSI e
CMAS), e é navegador de
recreio com a categoria
de patrão de alto-mar.
Foi
palestrante em várias
dezenas de instituições,
publicou cerca de 400
artigos em vários
jornais e revistas e
editou até à data 5
livros (Biodiversidade
das Lagoas de Bertiandos
e S. Pedro d’Arcos -
2012, Heróis Limianos da
Guerra do Ultramar -
2015, História do Dia do
Combatente Limiano –
2017, Aprendiz de Mágico
– 2022, e João Cardoso
de Oliveira, Homem e
Sacerdote – 2023).
2-
O que pretende fazer em
São Tomé e Príncipe?
Porquê STP?
A
ideia de desenvolver um
projecto empresarial em
STP surgiu na viagem que
o autor efectuou a esse
País em 2018, durante a
qual se apercebeu do
atraso económico em que
a população vivia e das
enormes potencialidades
que o seu território
possui.
Os
problemas sociais e
económicos que
presenciou despertaram a
sua sensibilidade,
fazendo-o acreditar que,
se os Governantes e a
população souberem
aproveitar, muita
riqueza poderá advir
para essa Nação
africana.
São
Tomé e Príncipe é um
“território” de Mar,
Natureza e Equador.
Essas suas três
características, além de
muitas outras que agora
não interessa
referenciar, conjugam-se
harmoniosamente aos
olhos dos turistas que
procuram, exotismo,
tranquilidade, emoção e
conhecimento. São estes
substantivos que
norteiam o pensamento do
autor para “investir” em
S. Tomé e Príncipe.
***
Geralmente, para não se
utilizar a palavra
SEMPRE, quando alguém
chega a um país em vias
de desenvolvimento com o
propósito de investir,
acalenta a ideia (muito
legítima) de multiplicar
o dinheiro investido,
isto é, de ter o maior
retorno financeiro
possível. É graças a
essa visão empresarial
que se criam postos de
trabalho e se favorece o
tão desejado e
indispensável
crescimento económico.
Nesta
realidade pode haver
excepções, como é o caso
que proponho neste
texto, quando se
conjugam vários factores
de investimento e de
diversas entidades que,
pelo seu gesto
filantrópico, não
pretendam qualquer
retorno do esforço
investido. Os mais
céticos, os pessimistas
e os que só visam o
lucro legítimo, não
poderão nunca fazer
parte de um projecto
desta natureza, porque
ele esbarra frontalmente
contra aquilo que sempre
norteou os seus
investimentos: o
retorno.
*** O
projecto baseia-se na
preparação de
guias-especialistas
são-tomenses capazes de
responder às
solicitações do fluxo
turístico nas áreas do
Turismo Cultural,
Turismo da Natureza e
Turismo Marítimo
(náutico e subaquático).
Sendo três vertentes
muito próximas,
apresentam uma enorme
vantagem operacional,
baseada na
complementaridade de
métodos e de objectivos.
A
operacionalidade deste
empreendimento
obter-se-á
progressivamente ao
longo de um ano, durante
o qual: - se consolidará
a base ou a sede da
empresa e o seu estatuto
jurídico: - os seus
dirigentes e
operacionais serão
licenciados em áreas
específicas; - se
obterão as tecnologias e
equipamentos
necessários; - serão
elaborados todos os
guias e métodos de
trabalho; e - se
executará uma profunda
operação de markting à
escala mundial.
O
projecto merecerá
doações laborais,
monetárias e
tecnológicas de
instituições e de
empresas vocacionadas
para apoiar populações
subdesenvolvidas, sendo
previsível a adesão
gratuita de
especialistas e
formadores em diversas
áreas do conhecimento.
Os
lucros que a médio prazo
se obtiverem serão
geridos pelos
responsáveis da
“empresa”, sem qualquer
intervenção externa do
Estado ou dos doadores.
Pretende-se que os
apoios cessem ao fim de
dois anos, data a partir
da qual o empreendimento
se revelará efervescente
e gerador de riqueza
para as populações, e
período suficiente para
o Estado supervisionar a
iniciativa.
Subentende-se que a
formação dos
técnicos-guias-empreendedores-instrutores
será parcialmente obtida
na Europa.
3-
Qual o critério que usou
para seleccionar São
Tomé e Príncipe e as
áreas de investimentos?
São
Tomé e Príncipe poderá
ser comparado aos Açores
e à Madeira, no que
respeita à docilidade da
população, à segurança
pública, à insularidade
e à interação
Mar/Natureza. Porém,
apresenta muitas outras
vantagens:
biodiversidade,
exotismo, aventura e
linha do Equador.
Acresce que, na
perspectiva do autor, em
S. Tomé está tudo por
fazer!
Todos
os recursos estão à
espera de uma gestão
sustentável, muito mais
facilmente atingível do
que aconteceria noutros
países europeus!...
A
segurança deste
raciocínio reside na
constatação do
vertiginoso crescimento
turístico que ocorre
desde há vinte anos
naqueles arquipélagos
portugueses do
Atlântico, bem
acompanhado e com
intervenção do autor no
domínio das actividades
subaquáticas. Os
chamados “Turismo da
Natureza” e “Turismo do
Mergulho” crescem quase
exponencialmente
naquelas ilhas
portuguesas, graças ao
espírito empresarial e
às formidáveis campanhas
de promoção em todo o
Mundo.
4-
Quais são as fontes de
um investimento? Quanto
pretende investir em São
Tomé e Príncipe?
Este
projecto só poderá
realizar-se com apoio
dos Governos dos dois
Países e terá,
obrigatoriamente de ser
objecto de
cofinanciamento da
Comunidade Europeia, já
que será promovido
segundo uma parceria
luso-santomense. É
prematuro avaliar o
total do investimento
que este projecto
envolverá, pois os
“investidores” privados
só avançarão depois de
um compromisso
governamental com os
dois Países.
5-
Como e para quantos anos
espera obter retorno do
seu investimento?
O
retorno do investimento
não é um objectivo do
projecto. O autor
acredita que os doadores
institucionais e
empresariais, e também
alguns dos hipotéticos
investidores-empreendedores,
desejam apenas criar
riqueza para aumentar a
qualidade de vida dos
santomenses.
6-
Tem algum parceiro
são-tomense? Se não
porque não se associar
aos naturais?
Pelo
que atrás se refere,
todos ou quase todos os
parceiros deverão ser
são-tomenses, ainda que
só contribuam
simbolicamente com
“quotas monetárias”. Os
parceiros europeus, se
os houver, terão de ter
em consideração que,
antes de ganharem
dinheiro, terão de
promover o
empreendedorismo junto
da comunidade
são-tomense. CONCLUSÃO
Um projecto desta
natureza só poderá
realizar-se com o
compromisso expresso dos
governos envolvidos. Por
isso, e como simbólico
esforço inicial, o autor
disponibiliza-se para se
deslocar à República de
S. Tomé e Príncipe, a
fim de dialogar com um
Membro do Governo, sendo
as viagens e a estadia
de sua inteira
responsabilidade.