São Tomé e Príncipe
regulariza fornecimento
de eletricidade
após dois meses de
cortes frequentes
27.12.2023 -
A Empresa
de Água e Eletricidade (Emae)
de São Tomé e Príncipe
anunciou hoje a
regularização do
fornecimento de energia
à população coma
duplicação da produção
para 20 megawatts, após
mais de dois meses de
cortes constantes.
"Agora, com as
manutenções feitas nas
diferentes centrais e
com a instalação da nova
central com a cooperação
turca, podemos melhorar
aquilo que é a nossa
potência e estamos em
condições de oferecer a
energia com melhor
qualidade para a
população são-tomense",
anunciou hoje o diretor
de eletricidade da Emae,
Clério Boa Esperança.
Segundo o responsável, o
nível de consumo de
eletricidade em todo o
país é de quase 19
megawatts, mas após a
manutenção em várias
centrais e a instalação
de cinco novos geradores
por uma empresa turca,
que entrou na rede no
sábado, com mais 10
megawatts, a capacidade
de produção situa-se
acima dos 20 megawatts.
Clério Boa Esperança
referiu que a nova
central, situada no
centro da cidade, que
passou a ser gerida por
uma empresa turca, num
acordo contestado pela
oposição, "só pode dar o
máximo de 10 megawatts",
mas "não pode ser
explorado ao máximo",
sendo que os restantes
proveem das várias
centrais instaladas no
país.
O diretor de
eletricidade da Emae
sublinhou que não basta
melhorar a capacidade de
produção para se ter a
energia a todo o
momento, mas é preciso
"correlacionar os
aspetos da rede, as
pequenas falhas e a
manutenção que deve
fazer-se sempre". "Ainda
continuamos a ter
máquinas velhas,
carecendo de manutenção,
que é algo programado
que deve ser feito
atempadamente de forma a
que possamos ter
máquinas sempre
disponíveis [...] temos
centrais que estão em
atraso de manutenção,
fizemos uma melhoria,
mas temos que continuar
a trabalhar nisso para
que possamos ter energia
24 sobre 24 horas",
sublinhou Clério Boa
Esperança.
No entanto, o
responsável referiu que
o cumprimento criterioso
do plano de manutenção
não depende
exclusivamente da Emae,
que tem um "problema
grave" porque produz
eletricidade, mas "não
recolhe" a totalidade do
valor faturado. Boa
Esperança disse que "há
muitos clientes da Emae
que não pagam as suas
dívidas", incluindo
instituições do Estado,
o que provoca "um
círculo vicioso" que
leva a empresa a não ter
verbas suficientes para
realizar a manutenção
das suas máquinas.
O
responsável admitiu que
apesar dos cortes
constantes, em muitos
casos tem havido aumento
do custo de faturação
aos clientes, mas
considera que é um
processo normal devido
ao sistema de
funcionamento das
máquinas e
eletrodomésticos. Ainda
assim, sublinhou que "a
Emae, tendo consciência
disso", decidiu que o
valor das "próximas
faturas serão reduzidos
a 25% como prova do
reconhecimento dessa
situação".
O
responsável apelou à
população a aderir ao
processo de troca de
lâmpadas convencionais
por lâmpadas LED, para
diminuir o consumo, bem
como ao pagamento
regular das faturas de
eletricidade. Nos
últimos dois meses, a
população de São Tomé
viveu com cortes
constantes de energia
que começaram, sem
informação prévia, mas
depois justificada pela
redução da produção
energética devido à
manutenção de geradores.
Os
populares reclamaram
vários prejuízos nos
negócios e danificação
de eletrodomésticos, bem
como a insegurança face
ao aumento da
criminalidade.
JYAF // VM Lusa/Fim