STJ defende entreajuda
lusófona para avanço
tecnológico na Justiça
29.11.2023 - O
presidente do Supremo
Tribunal de Justiça (STJ),
Henrique Araújo,
defendeu hoje ser
necessário "dar as mãos"
aos territórios
lusófonos no avanço da
implementação de
tecnologias, "para que a
justiça funcione em
todos eles".
"Temos de
dar as mãos e tentarmos
todos conseguir que haja
condições para que as
tecnologias se implantem
nestes territórios,
nestes países, para que
a justiça funciona em
todos eles", disse, em
declarações à Agência
Lusa, à margem do 11.º
Fórum dos Presidentes
dos Supremos Tribunais
de Justiça dos Países e
Territórios de Língua
Portuguesa. O juiz
conselheiro e presidente
do STJ, afirmou que "o
panorama a nível da
lusofonia judiciária é
diversificado".
"Em
Portugal temos um
sistema que está a
funcionar quase
perfeitamente em termos
de tramitação eletrónica
e digitalização, no
Brasil também funciona
magnificamente". Por
outro lado, disse,
alguns países de língua
portuguesa estão ainda
"muito atrasados em
relação até àquilo que
já é habitual, por
exemplo, em Portugal,
que é a tramitação
eletrónica e a
digitalização".
"Em
Timor-Leste há problemas
enormes em relação ao
próprio uso da internet
porque não há estruturas
que permitam o acesso à
internet" e em São Tomé
e Príncipe os problemas
estão ligados com o
fornecimento de energia,
detalhou, havendo, por
isso, dificuldades na
tramitação eletrónica e
na digitalização.
Henrique
Araújo, na sede do
Superior Tribunal de
Justiça em Brasília,
elogiou o trabalho do
Brasil nesta área,
nomeadamente na
inteligência artificial,
detalhando que as
autoridades brasileiras
lhe transmitiram que
este ano foram
investidos 50 milhões de
euros só para a
manutenção dos sistemas
de computação e de
inteligência artificial.
"Temos o
Brasil já com uma
implantação de
tecnologias avançadas,
até inclusivamente no
domínio da inteligência
artificial", frisou.
"Portugal está agora a
iniciar-se nessa
matéria", afirmou,
recordando que o STJ tem
um projeto que já está
concluído sobre a
anonimização das
sentenças e decisões
judiciais, protocolado
com o Conselho de
Magistratura para "poder
ser usada essa
ferramenta".