PM são-tomense reuniu-se
com Luís Montenegro sem
acordo com a Rússia na
conversa
28.05.2024 -
O
primeiro-ministro de São
Tomé e Príncipe
encontrou-se hoje, em
Lisboa, com Luís
Montenegro, tendo ambos
falado sobre cooperação
bilateral militar, sem
abordar o acordo com a
Rússia, e mostrou-se
otimista sobre o futuro
dos vistos CPLP.
No final da reunião com
o primeiro-ministro
português, Patrice
Trovoada disse à agência
Lusa que este encontro
já estava a ser tentado
há algumas semanas e que
agora aproveitou a sua
passagem por Portugal
para o concretizar.
"Estávamos há algumas
semanas a tentar fazer
coincidir as nossas
agendas e desta vez
conseguimos acertar.
Estou de passagem por
Lisboa e foi uma boa
oportunidade para nos
conhecermos pessoalmente
e aproveitámos para
revisitarmos um pouco a
cooperação, assuntos
bilaterais e a agenda
internacional também",
prosseguiu.
Questionado se o acordo
de cooperação militar
entre São Tomé e Moscovo
foi assunto da conversa
com Luís Montenegro,
Trovoada disse que
não."Falámos da situação
internacional, da
situação na Ucrânia.
Portugal sabe
perfeitamente, e não foi
necessário insistir,
sobre a posição de São
Tomé e Príncipe, que é
de condenação da invasão
da Rússia à Ucrânia",
observou.
E prosseguiu: "Falámos
evidentemente da
cooperação bilateral no
domínio militar, da
situação de segurança no
golfo da Guiné e
concluímos que as
relações são boas, vão
continuar boas e temos
de ver em que medida
podemos aprofundá-las".
Sobre as anunciadas
alterações aos vistos
CPLP (Comunidade dos
Países de Língua
Portuguesa), após
Portugal afirmar que
iriam ser exigidas
provas de subsistência a
quem queira entrar em
Portugal com uma
autorização CPLP,
Patrice Trovoada afirmou
que "a intenção, o
princípio que está por
detrás não sofre
alteração"."Há
circunstâncias que
Portugal sabe, que os
povos portugueses sabem,
e que é da
responsabilidade de
Portugal, e não vamos
interferir", referiu.
Para Trovoada, "o
importante é que a
intenção de maior
integração, de
circulação das pessoas,
continua viva. Agora, há
condicionantes que são
da responsabilidade de
quem governa Portugal e
dos portugueses e vamos
ver o resultado final".
"O mais importante para
nós é que não senti
vontade de andarmos para
trás. O que eu acho é
que Portugal pertence a
vários espaços -- CPLP,
UE -- e há
constrangimentos e há
fatores que eu
desconheço, mas acredito
que essa vontade
política por parte dos
governos portugueses
continua".E acrescentou:
"Não estamos num
panorama estático, as
coisas evoluem, há
constrangimentos. Vamos
deixar e ver como será a
moldura final e depois,
evidentemente, iremos
lidar com ela".