Professores são-tomenses
suspendem greve
e retomam as aulas

08.04.2024 -
"A
paralisação será
suspensa em todas as
escolas da pré-escolar,
básicas e secundárias de
São Tomé e Príncipe por
um período de 90 dias, a
contar do dia 08 de
abril para que durante
este período o Governo
possa assumir as suas
responsabilidades",
anunciou a porta-voz da
intersindical, Vera
Lombá.
No
entanto, o Governo
são-tomense, através do
ministro do Trabalho
rejeitou o prazo de 90
dias anunciado pela
intersindical."Nós
lamentamos essa falta de
boa-fé, falta de
seriedade e de
honestidade na mesa das
negociações porque em
nenhum momento foi-nos
posto um prazo", disse o
ministro Celsio
Junqueira.
No
entanto, a porta-voz da
intersindical sublinhou
ganhos além das questões
financeiras,
nomeadamente "o
respeito, dignificação e
valorização dos
professores"."Conseguimos
chamar a atenção de toda
a sociedade são-tomense,
incluindo o Governo, que
os professores são uma
classe que precisa de
atenção", disse Vera
Lombá.
Além de
não ter sido possível o
acordo para o aumento de
salário de base, a
sindicalista disse que o
ponto sobre o aumento
das horas
extraordinárias também
não foi satisfeito
completamente, apesar de
terem conseguido outros
ganhos."Não é aquela
coisa que nós
gostaríamos, mas há
algum ganho", precisou a
porta-voz dos
sindicatos.A ministra da
Educação alertou para os
atrasos causados durante
os 38 dias de
interrupção letiva por
causa da greve,
admitindo a
possibilidade
"prorrogação do
calendário" escolar para
garantir a melhor
aprendizagem aos cerca
de 80 mil alunos.
"Amanhã
esperemos que as nossas
crianças estejam
presentes e os nossos
professores também
estejam disponíveis com
toda força para
recomeçar esta atividade
que não será fácil",
apelou o ministra da
Educação, Cultura e
Ciência, Isabel D'Abreu.
Na
sexta-feira o
primeiro-ministro
Patrice Trovoada
assegurou que o acordo
alcançado após mais de
30 dias de paralisação
"melhorou na medida do
possível" em relação as
propostas anteriormente
apresentadas pelo
Governo."Felizmente eu
penso que hoje chegamos
a um ponto de
convergência que
representa um grande
esforço por parte do
Governo, tomando sempre
em consideração a
condição, sobretudo das
crianças, e representa
um avanço também para os
professores que a sua
representação achou de
razoável para por fim a
greve", disse o
primeiro-ministro.
Entretanto o
primeiro-ministro
assegurou que o Governo
não vai pagar os
salários aos professores
pelo período em que
estiveram em greve,
"porque a lei diz que
não se paga o salário",
mas insistiu que o
executivo pode ajudar os
sindicatos a encontrar
uma solução.
"O
Governo sempre disse, eu
próprio disse, estamos
disponíveis em ajudar o
sindicato a resolver a
questão, porque são mais
de 3040 famílias. Eu
acredito que nenhum
governante pode também
deixar as famílias um
mês sem rendimento",
reiterou o chefe do
executivo são-tomense.A
greve dos professores
teve início em 01 de
março, com a exigência
inicial de aumento do
salário base de cerca de
2.500 para 10.000 dobras
(quase 100 para 400
euros), que o Governo
disse ser impossível,
passando as negociações
a centrar-se em
melhorias de subsídios.
