MLSTP/PSD insta PM a
dialogar com sindicatos
para terminar greve-da
educacao
04.04.2024 -
O
líder da oposição
são-tomense instou hoje
o primeiro-ministro a
sentar-se com os
sindicatos dos
professores e apelou à
"humildade máxima" para
o fim da greve na
educação que paralisa as
escolas há mais de um
mês."Direta ou
indiretamente a greve na
educação tem impacto a
nível nacional e é
chegado o momento para
que o senhor
primeiro-ministro se
sente com os sindicatos,
que converse até à
exaustão [...].
Esta
greve não pode demorar
'ad eterno'", disse o
presidente do Movimento
de Libertação de São
Tomé e Príncipe/Partido
Social Democrata (MLSTP/PSD).Em
conferência de imprensa,
na sede do MLSTP/PSD,
Jorge Bom Jesus pediu
"humildade máxima" ao
primeiro-ministro e
defendeu que "o Governo
tem que ser pró-ativo" e
deve dizer aos
sindicatos o que tem e o
que não tem para
melhorar a situação dos
professores.
O
ex-primeiro-ministro
(2018-2022) também
reagiu às declarações do
atual chefe do Governo,
Patrice Trovoada,
segundo as quais a greve
dos professores tem
aproveitamento e apoio
política da oposição."O
Governo não pense que os
sindicatos no exercício
dos seus direitos
inalienáveis precisam de
tutores [...]. É um
problema de miséria",
disse Jorge Bom Jesus.
"Acho que
esse braço de ferro,
esse coração insensível
do senhor
primeiro-ministro, não
nos vai levar para lado
nenhum, muito pelo
contrário, vão continuar
a agravar a situação",
acrescentou.O Governo
são-tomense anunciou
hoje que enviou um
memorando
"exaustivamente
negociado e aceite pelas
partes" para ser
assinado pelos
sindicatos dos
professores no prazo de
três dias, sob pena de
caducidade, visando a
suspensão da greve na
educação.
"O
memorando de
entendimento, que foi
exaustivamente negociado
e aceite pelas partes, é
assinado pela ministra
da Educação, em nome do
Governo, e remetido, por
ofício, aos sindicatos,
para apreciação e
posterior assinatura,
sendo que, uma vez
decorrido o prazo de 3
dias sem que a
assinatura tenha lugar,
o referido documento
deve ser considerado
caducado", lê-se no
comunicado do Conselho
de Ministros enviado à
Lusa.
O
documento refere-se ao
"conjunto de benefícios
alcançados pelos
professores" nas oito
rondas negociais e
sublinha que "o Governo
esgotou todas as
possibilidades com vista
a atribuir novos
subsídios, para além do
esforço realizado".
Na
sexta-feira, o
primeiro-ministro disse
que os sindicatos estão
a condicionar a
assinatura do memorando
exigindo que o Governo
pague aos professores os
salários de março,
referente ao período que
estiveram em greve, o
que o Governo sublinha,
no comunicado hoje
divulgado, tratar-se de
"clara violação da
lei".Contudo, no
comunicado do Conselho
de Ministros, datado de
segunda-feira, o
executivo admitiu que,
"na hipóteses dos
sindicatos não disporem
de recursos ou [estes]
não serem suficientes"
para o pagamento do
salário dos professores,
o Governo continua
disponível para "ajudar
a encontrar formas de
mitigação".
No
sábado, os sindicatos de
professores negaram um
alegado acordo anunciado
pelo Governo para a
suspensão da greve a
partir de segunda-feira,
acusando o executivo de
querer confundir a
opinião pública."Não há
assinatura de nenhum
memorando, nem há
possibilidade de acordo
porque nós ainda estamos
em negociações", disse
em declarações à
imprensa a porta-voz da
organização sindical,
Vera Lombá, ladeada
pelos presidentes dos
outros três
sindicatos."Nas nossas
contas, para o que o
Governo nos quer dar, há
um aumento de 500 dobras
(cerca de 20 euros) para
a categoria mais alta e
um aumento de 330 dobras
(quase 14 euros) para a
categoria mais baixa",
disse Vera Lombá.
A greve
dos professores teve
início em 01 de março,
com a exigência inicial
de aumento do salário
base de cerca de 2.500
para 10.000 dobras
(quase 100 para 400
euros), que o Governo
disse ser impossível,
passando as negociações
a centrar-se em
melhorias de
subsídios.Na
quarta-feira os
sindicatos serão
recebidos pelo
Presidente são-tomense,
Carlos Vila Nova.
Por:
JN