Em São Tomé e Cabo
Verde, Força Aérea
Portuguesa
vigia o Golfo da Guiné
30.03.2024 -
Um
avião da Força Aérea
Portuguesa com uma
tripulação de 37
militares, com duas
mulheres, está a
participar até
segunda-feira em missões
de fiscalização conjunta
da Zona Económica
Exclusiva de Cabo Verde.
Na tarde
de quinta-feira, o P3-C
Orion descolou do
aeroporto internacional
da Praia, capital do
arquipélago, para o
quarto voo ao abrigo de
um tratado entre os dois
países que este ano
alcança a maioridade (18
anos) e que regula a
fiscalização conjunta de
Espaços Marítimos sob
Soberania ou Jurisdição
da República de Cabo
Verde, assinado em 16 de
setembro de 2006.
As
missões realizadas este
fim de semana em Cabo
Verde são as últimas de
um percurso que começou
há quase um mês, no
âmbito da "Africa
Maritime Law Enforcement
Partnership" (AMLEP).A
aeronave P3-C Orion da
Força Aérea Portuguesa
partiu, no dia 04 de
março, da Base Aérea de
Beja para 30 dias de
missão e cerca de 100
horas de voo, que
começaram em São Tomé e
Príncipe.Sobre as águas
de Cabo Verde já cumpriu
50 horas e conta fazer
mais 30 até final, na
segunda-feira.
"O
intuito geral de
Portugal nestas
cooperações bilaterais e
com entidades
internacionais é
contribuir para a
estabilidade no Golfo da
Guiné", no caso, através
da vigilância nas áreas
marítimas de São Tomé e
Príncipe e Cabo Verde,
refere o major Bruno
Silveira, que lidera o
destacamento.
O Golfo
da Guiné é uma vasta
área do oceano
Atlântico, que acompanha
a reentrância da costa
africana que vai da
Costa do Marfim (a
noroeste) até ao Gabão
(a sudeste) e onde há um
registo regular de casos
de pirataria e
atividades
ilegais.Portugal
junta-se ao esforço
internacional para
"garantir a livre
circulação e prevenir
tráficos ilegais",
explica Bruno Silveira,
no interior da aeronave,
ao verificar as
operações tanto na
cabine de pilotagem ('cockpit'),
como nos postos de
observação.
Durante o
voo, membros da esquadra
observam monitores com
imagens de câmaras de
vídeo que vasculham o
mar, enquanto outros
mostram sinais detetados
por sensores.Há ainda
outros elementos que
observam a zona marítima
diretamente com
binóculos.
Por
alguns momentos, as
imagens e a informação
nos monitores centram-se
num barco: este último
voo do dia está focado
em embarcações de
pesca."Esta aeronave
recolhe informação que
transmite às autoridades
cabo-verdianas", que
depois avaliam se há
alguma ameaça às
atividades marítimas ou
sinal de ilegalidade,
explica."Estamos ao
serviço das autoridades:
quando detetamos algo
que seja de interesse,
reportamos", explica
Bruno Silveira.
A
autonomia do P3-C Orion
tem permitido realizar
voos contínuos de seis a
oito horas sobre as
águas do arquipélago,
garantindo a cobertura
de toda a zona económica
exclusiva em cada voo.O
balanço da vigilância só
será revelado depois de
terminadas as missões,
na segunda-feira, com o
regresso da esquadra 601
a Beja agendado para
terça-feira. (lusa)