Presidente da República
ouve hoje os partidos
para eventual dissolução

08.11.2023 -
O
Presidente da República
vai ouvir esta
quarta-feira os oito
partidos com assento
parlamentar, antes de
ouvir na quinta-feira o
Conselho de Estado, para
uma eventual dissolução
do parlamento, após a
demissão do
primeiro-ministro.
Segundo
uma nota publicada no
site oficial da
Presidência da
República, os partidos
serão ouvidos "na
sequência do pedido de
demissão do
primeiro-ministro e,
designadamente, também
nos termos do disposto
na alínea e) do artigo
133.º da Constituição".
Esta norma
constitucional
estabelece que compete
ao Presidente da
República dissolver a
Assembleia da República,
ouvidos os partidos nela
representados e o
Conselho de Estado.
O chefe
de Estado receberá os
partidos no Palácio de
Belém por ordem
crescente de
representação
parlamentar - Livre, PAN,
BE, PCP, Iniciativa
Liberal, Chega, PSD e PS
- em reuniões agendadas
para entre as 11 horas e
as 19 horas. Marcelo
Rebelo de Sousa
comunicou que "falará ao
país imediatamente a
seguir à reunião do
Conselho de Estado".
O
Conselho de Estado foi
convocado "ao abrigo do
artigo 145.º, alínea a)
e da alínea e), segunda
parte" da Constituição -
nos termos das quais
compete a este órgão
"pronunciar-se sobre a
dissolução da Assembleia
da República", mas
também, "em geral,
aconselhar o Presidente
da República no
exercício das suas
funções". Na atual
legislatura com maioria
absoluta do PS, Marcelo
Rebelo de Sousa afirmou
que uma eventual saída
de António Costa levaria
à dissolução do
parlamento, afastando a
formação de outro
executivo com a mesma
maioria.
António
Costa apresentou a
demissão de
primeiro-ministro ao
Presidente da República
na terça-feira depois de
o Ministério Público ter
anunciado que é alvo de
inquérito autónomo no
Supremo Tribunal de
Justiça sobre projetos
de lítio e hidrogénio.
Declarando-se de "cabeça
erguida" e "consciência
tranquila", defendeu, no
entanto, que "a
dignidade das funções de
primeiro-ministro não é
compatível com qualquer
suspeição sobre a sua
integridade, a sua boa
conduta e, menos ainda,
com a suspeita da
prática de qualquer ato
criminal".
Na
terça-feira, foram
realizadas buscas em
gabinetes do Governo,
incluindo na residência
oficial de São Bento,
visando o chefe de
gabinete do
primeiro-ministro, Vítor
Escária, que foi detido
para interrogatório.
António Costa apresentou
a demissão ao fim de
quase oito anos em
funções como
primeiro-ministro, cargo
para o qual foi
empossado em 26 de
novembro de 2015 pelo
então Presidente da
República, Aníbal Cavaco
Silva. Lusa
