Compacto Lusófono
para os PALOP analisa
entrada
do Brasil e outros
parceiros - BAD

25.05.2022 -
O Compacto Lusófono,
parceria do Banco
Africano de
Desenvolvimento (BAD),
Portugal e países
africanos de língua
portuguesa, está a
analisar a entrada do
Brasil, de uma agência
da ONU, do Banco Europeu
de Investimento e outra
instituição
internacional.
O
interesse destes novos
parceiros em virem a
fazer parte da
iniciativa, destinada a
acelerar o crescimento
do setor privado e o
desenvolvimento de
infraestruturas nos seis
países áfrica nos de
língua oficial
portuguesa (PALOP), foi
revelado hoje pela
presidente do comité
diretor do Compacto,
Moono Mupotola, em
declarações à agência
Lusa."Estamos abertos a
outras instituições
financeiras e de
desenvolvimento.
Fundações podem entrar.
Os bancos comerciais
podem entrar. E temos
agora, por exemplo,
interesse de três
instituições", respondeu
Mupotola, quando
questionada sobre
perspetivas de reforço
ou alargamento da
iniciativa.
A
primeira dessas
instituições é a
Organização das Nações
Unidas para o
Desenvolvimento
Industrial (UNIDO), a
agência especializada da
ONU para promover e
acelerar o
desenvolvimento
industrial sustentável e
inclusivo."Estão
interessados em ajudar
com o desenvolvimento de
capacidades a montante,
com a política
industrial nos países
envolvidos e também para
olhar para setores
específicos que eles
possam apoiar, porque já
fizeram isso em muitos
países onde operam",
disso a também diretora
de integração regional
do BAD.
"O Banco
Europeu de Investimento
também está muito
interessado em
apoiar-nos", revelou, e
a terceira instituição é
a Agência Africana de
Garantia do Comércio,
que "tem interesse em
ajudar o setor privado a
garantir as
exportações".O Governo
do Brasil manifestou
também a vontade de o
país fazer parte da
iniciativa, adiantou
Moono Mupotola, e todos
estes interessados
entrariam como
parceiros, à semelhança
da Corporação Financeira
Internacional (IFC, na
sigla em inglês), o
primeiro parceiro
institucional do
Compacto para
Financiamento do
Desenvolvimento dos
PALOP.
O
processo é entrarem
primeiro como
observadores e depois,
com trabalho, ver-se "as
áreas onde eles podem
apoiar e trabalhar com o
Compacto", detalhou a
responsável do BAD,
salientando, por
exemplo, que o setor da
agricultura dos PALOP
pode beneficiar muito da
experiência do Brasil.A
presidente do comité
diretor revelou também
que o Compacto Lusófono
vai ser prolongado por
mais cinco anos, ou até
mais 10 anos se
juridicamente o BAD o
permitir.
"A
parceria foi aprovada
para cinco anos, de 2018
a 2023. Em dezembro
chegaria ao fim. Mas a
orientação do comité
diretor foi que gostaria
de vê-lo continuar, e
não apenas durante cinco
anos, mas talvez durante
10 anos", explicou,
falando dos resultados
da reunião que decorreu
no âmbito dos encontros
anuais do Grupo BAD, que
decorrem esta semana em
Sharm el Sheikh, no
Egito.
"Houve
ainda um acordo de
princípio por parte do
Governo de Portugal para
continuar a apoiar", com
a garantia financeira de
400 milhões de euros
para investimentos nos
PALOP, no âmbito desta
parceria.Essa garantia
para o Compacto Lusófono
foi aprovada em 2020 mas
só em 2022 teve o aval
das agências de
`rating`.
Moono
Mupotola disse que
existem atualmente
projetos de investimento
de "cerca de 7,5 mil
milhões de dólares (6,97
mil milhões de euros),
em várias fases de
implementação, nos seis
países", ou seja Angola,
Moçambique, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, São Tomé e
Príncipe e Guiné
Equatorial.
Assinado
em novembro de 2018, o
Compacto Lusófono é uma
plataforma de
investimento e uma
parceria entre oito
partes, comprometendo-as
a contribuírem para
acelerar o crescimento
do setor privado e o
desenvolvimento de
infraestruturas nos
países africanos de
língua oficial
portuguesa.