São Tomé e Príncipe
assume presidência
de comité da ONU

22.05.2022 -
São Tomé
e Príncipe assumiu a
presidência do Comité
Consultivo Permanente
das Nações Unidas para
Segurança na África
Central (UNSAC, em
inglês), com o
primeiro-ministro do
arquipélago a pedir
determinação a favor da
paz e estabilidade na
região. É a terceira vez
que São Tomé e Príncipe
assume a presidência da
organização, sucedendo
agora à República do
Congo.
A
passagem da presidência
decorreu durante a 55.ª
reunião ministerial da
UNSAC que decorre na
capital são-tomense sob
o tema "segurança
climática na perspetiva
da prevenção de
conflitos e consolidação
da paz e estabilidade na
África Central", que o
primeiro-ministro
são-tomense considerou "atual,
transversal e de
preocupação universal".
Patrice
Trovoada sublinhou que
"muito foi feito"
durante os 30 anos da
existência da UNSAC, mas
há "um longo caminho
pela frente", por isso
apelou para "uma
reflexão impregnada de
realismo e a uma
discussão desapaixonada,
capaz de permitir
melhorias e
avanços"."Esse apelo
ganha ainda maior
relevância pelo facto de
recair sobre a República
Democrática de São Tomé
e Príncipe a
responsabilidade de
assumir as rédeas dos
trabalhos nos próximos
seis meses", sublinhou o
chefe do Governo
são-tomense.
Patrice
Trovoada referiu que
apesar das várias
potencialidades a África
Central "continua a ser
uma umas das regiões
"que alberga muitos
pobres, muitas
populações vulneráveis
climaticamente" e "não
consegue descolar dos
últimos lugares dos
indicadores mundiais do
desenvolvimento humano",
embora seja "uma das
mais ricas do planeta".
"Os
antigos conflitos
mantêm-se, quando outros
conflitos
extrarregionais e
extracontinentais nos
contaminam, o terrorismo
e a criminalidade
transnacional está em
nítido progresso, as
mudanças climáticas e a
exploração caótica dos
nossos recursos
agroflorestais e
haliêuticos têm gerado
mais fome, mais
migrações e mais
violência
intercomunitária",
enquanto a população
deixou de acreditar e
optam pela "emigração,
as drogas ou o
terrorismo", indicou
Patrice Trovoada.
O
primeiro-ministro
são-tomense considerou
que existem soluções
para estes desafios e
"estão nas toneladas de
folhas de papel dos
relatórios, os mais
diversos, produzidos por
peritos incontestáveis
das mais diversas
organizações".
No
entanto, o governante
são-tomense sublinhou:
as soluções nascem
obrigatoriamente com a
"vontade e determinação
a favor da construção,
de uma maneira sincera,
da paz, da confiança
mútua, da estabilidade e
principalmente dos mais
altos responsáveis
políticos, que juramos
servir, proteger e
defender em nome do
nosso legado para as
gerações futuras".
O
representante das Nações
Unidas para a África
Central, Abdou Abarry
também apelou à
cooperação regional e
internacional para
encontrar soluções
sustentáveis para os
desafios da região,
nomeadamente as crises
políticas, conflitos
armados, terrorismo,
criminalidade organizada
transnacional,
insegurança marítima,
violações dos direitos
humanos, tensões
sociais, conflitos
intercomunitários e
desigualdades,
"amplificados pelos
efeitos das alterações
climáticas".
"Todas
estas situações, como
certamente concordarão,
minam a segurança e a
estabilidade da África
Central, comprometendo
assim os esforços de
desenvolvimento e de
construção da paz. Temos
de intensificar as
nossas ações para
enfrentar estes
desafios, reforçando a
cooperação regional e
internacional,
partilhando mais
informações e melhores
práticas e investindo em
soluções sustentáveis
que abordem as causas
profundas destes
problemas", disse Abarry.
(mundo ao minuto)