18.05.2023 - O
representante das Nações
Unidas para a África
Central sublinhou a
transparência do Governo
são-tomense e a
clarividência do
Presidente da República
sobre o ataque ao
quartel ocorrido no ano
passado, e disse esperar
o fim da “página
dolorosa” para o país
avançar. “Acho que o
Governo tem sido
transparente.
Foi realizado um
inquérito com o apoio de
alguns países amigos. A
CEEAC, a Comunidade
Económica de Estados da
África Central, veio cá,
enviou uma equipa, eles
fizeram o que podiam
fazer”, afirmou Abdou
Abarry, após encontro de
cerca de três horas com
o primeiro-ministro
Patrice Trovoada, na
quarta-feira em São
Tomé.
Abdou Abarry disse que
“graças à clarividência
das autoridades”
são-tomense,
nomeadamente do
Presidente da República,
Carlos Vila Nova, do
Primeiro-Ministro, mas
também graças à
resiliência do povo
são-tomense os
acontecimentos de 25 de
novembro deverão ser
ultrapassados.
“Esta página é uma
página dolorosa
certamente, mas é uma
página que vai ser
fechada, para que o
estigma e as feridas
dessa situação possam
ser curados e depois
avançar porque quem
conta é o povo de São
Tomé, é a paz, a
estabilidade e o
desenvolvimento deste
país”, afirmou o
represente das Nações
Unidas.
Abarry respondia aos
jornalistas sobre a
situação dos direitos
humanos em São Tomé e
Príncipe, na sequência
dos acontecimentos de 25
de novembro do ano
passado em que imagens
de quatro homens foram
amplamente divulgadas
nas redes sociais quando
sofriam fortes agressões
e tortura de militares,
após um ataque ao
quartel do exército,
considerado pelas
autoridades como
tentativa de Golpe de
Estado.
“A questão da proteção
dos direitos humanos é
um edifício que tem de
ser construído. Uma
pedra é colocada em cima
da outra. Quando você
termina o prédio, você
tem que colocar uma boa
tinta branca nele. De
vez em quando, a tinta
pode ficar suja”,
referiu
O representante das
Nações Unidas. Os
partidos da oposição
são-tomense tem
criticado a posição do
Governo sobre os
acontecimento de 25 de
novembro que consideram
como um massacre,
exigindo a divulgação de
um relatório produzido
pela comissão CEEAC após
a visita de uma missão
de especialistas ter
estado em São Tomé.
O Presidente e o
primeiro-ministro
são-tomense disseram que
o documento é secreto e
confidencial e não será
divulgado pelo Estado
são-tomense. Abdou
Abarry está em São Tomé
para participar na 55ª
reunião ministerial do
Comité Consultivo
Permanente da Nações
Unidas para Questões de
Segurança na África
Central (UNSAC) que o
arquipélago assumirá a
presidência a partir de
sexta-feira.
As reuniões técnicas da
UNSAC iniciaram na
segunda-feira na capital
são-tomense com análise
de vários temas,
nomeadamente sobre a
segurança marítima,
questões climáticas,
educação e terrorismo.
“Graças a Deus, não há
esse fenómeno em São
Tomé e Príncipe, que é
um país de paz e
estabilidade, mas nos
outros países da África
Central, especialmente
as pessoas afetadas pelo
problema na bacia do
Lago Chade, nomeadamente
o Chade e os Camarões,
enfrentam estas
dificuldades com outros
países da África
Ocidental que partilham
a bacia do Lago Chade”,
explicou o represente
das Nações Unidas.
bdou Abarry disse que
estes temas dominaram o
encontro com o
primeiro-ministro a quem
reiterou a
disponibilidade do
sistema das Nações
Unidas”, através do
escritório regional que
está sediado em
Libreville, mas também a
disponibilidade de toda
a equipa que trabalha em
São Tomé, “para apoiar
as escolhas do Governo
são-tomense para que
haja mais estabilidade,
que haja mais paz”.
“A paz já existe, mas
ainda precisa de ser
consolidada e que haja
muito mais prosperidade
para o povo de São Tomé
e Príncipe […] temos de
escolher a paz, temos de
escolher a segurança
porque é um bem que
quando o perdemos, temos
muitas dificuldades para
o recuperar e por isso
fico feliz por saber que
São Tomé é um país de
paz, é um país onde a
vida é boa e desejo boa
sorte ao Governo, às
autoridades e ao povo
são-tomense”, disse
Adbou Abarry.