PM são-tomense espera
que Portugal esclareça
relato de
discriminação de
estudantes na Madeira

29.03.2023 -
O
primeiro-ministro
são-tomense remeteu para
as autoridades
portuguesas
esclarecimentos sobre o
caso dos estudantes do
seu país na Escola
Profissional de
Hotelaria e Turismo que
relataram casos de
discriminação, mas
escusou-se a classificar
a situação como
escravatura.
“Nós
estamos a acompanhar e
temos a certeza que
Portugal é um país, é um
Estado de Direito, e se
alguma coisa aconteceu
as instâncias
portuguesas saberão em
primeiro lugar lidar com
a situação”, disse
Patrice Trovoada, quando
questionado pelos
jornalistas sobre a
informação avançada pelo
Diário de Notícias da
Madeira na sexta-feira
sobre casos de ameaça,
discriminação e
“escravatura”,
denunciados por alunos e
funcionários daquela
escola.
“Eu
não quero falar de
estudante em
escravatura. As pessoas
têm palavras excessivas.
Nós estamos primeiro a
auscultar toda a gente.
Temos protocolos com
Portugal e se é uma
situação que acontece em
Portugal, cabe às
autoridades portuguesas
em primeiro lugar, lidar
com essa situação”,
disse o
primeiro-ministro
são-tomense, afirmando
que não quer “ter
palavras excessivas de
um lado como do outro”.
Patrice Trovoada
sublinhou que a
embaixada são-tomense em
Portugal deve “apoio
protocolar a todos os
são-tomenses que estão
em Portugal e não só”, e
que o Ministério da
Educação são-tomense
“também está a
inteirar-se do assunto”,
mas aconselha que se
deixe que “esse
acontecimento” seja
“esclarecido pelas
autoridades
portuguesas”.
O
Governo da Madeira
reencaminhou para a
Inspeção Regional de
Educação uma exposição
relativa aos estudantes
são-tomenses da Escola
Profissional de
Hotelaria e Turismo que
relataram casos de
discriminação, para que
o caso seja investigado
“com urgência”.
A
empresa concessionária
da Escola de Hotelaria e
Turismo da Madeira
rejeitou qualquer
prática discriminatória
em relação aos alunos de
São Tomé e Príncipe e
considerou que os
recentes protestos foram
instigados por um
pequeno grupo de
estudantes.
Cerca
de 50 alunos oriundos de
São Tomé e Príncipe
manifestaram-se na
segunda-feira em frente
à Escola Profissional de
Hotelaria e Turismo da
Madeira (EPHTM), no
Funchal, alegando serem
vítimas de discriminação
e de sobrecarga horária
e queixando-se de más
condições de alojamento.
“O
CELFF rejeita
veementemente a
existência de qualquer
conduta ou prática
discriminatória”,
afirmou João Pedro
Entrudo, realçando que
as “eventuais
dificuldades de
adaptação” ou os
“comportamentos menos
adequados” de alguns
alunos não colocam em
causa o modelo de ensino
da escola.