Governo são-tomense vai
encerrar mercado da
capital para evitar
desabamento

04.05.2023 -
O Governo são-tomense
vai encerrar
definitivamente o
mercado de Coco-Coco, no
centro da cidade, para
evitar o desabamento da
infraestrutura em
avançado estado de
degradação e reorganizar
o comércio no país,
disse hoje o
primeiro-ministro.
Patrice Trovoada falava
no final de uma visita
ao mercado de Bobo-Forro
construído há cerca de
seis anos para acolher
os feirantes do mercado
de Coco-Coco, que,
segundo o
primeiro-ministro, desde
a altura "tinha graves
problemas de segurança"
e "estava a cair". Há
três anos que um grupo
de feirantes foi
transferido para o
mercado de Bobo-Forro,
mas continuam a reclamar
pela organização do
espaço, condições de
higiene e segurança, e
sobretudo, o
encerramento do mercado
de Coco-Coco que
consideram ser uma
concorrência desleal
porque "os clientes
ficam todos na cidade".
"Quebra mercado para
todo mundo vir para aqui
[...] estou chateada,
não estou a fazer
dinheiro. Lá está cheio
de pessoas, nós não
estamos a conseguir
vender aqui", reclamou
uma feirante diante do
primeiro-ministro e
membros do Governo
durante a visita.Outra
feirante denunciou que
há vendedoras que fazem
compras em Bobo-Forro de
madrugada, mas abandonam
as suas bancas no local
para irem vender ao
mercado da cidade.
"É para quebrar lá
em Coco-Coco para todo
mundo também vir para
Bobo-Forro", apelou."Tem
que acabar com lá para
todo mundo subir. Nós
estamos a sofrer muito",
acrescentou outra
vendedora."Nós temos que
ir lá e começar também a
falar com eles para dar
prazos para saírem, e
esse prazo não pode ser
muito longo porque as
pessoas do Coco-Coco
estão a correr perigo",
afirmou o
primeiro-ministro,
acrescentando que se o
mercado cair vão dizer
que a responsabilidade é
do Governo.
Em janeiro, também o
presidente da Câmara de
Água Grande, Tomé Lopes,
apelou para o
encerramento e demolição
do mercado de Coco-Coco
construído em finais da
década de 1990, por
representar um perigo
para a população.
"Não se pode mais
requalificar este
mercado, tem que ser
partido [...] esse
mercado constitui um
perigo muito grande,
porque isto, se não
tiver Deus à frente,
este mercado corre o
risco de desabar e cria
um acidente
complicadíssimo", disse
Tomé Lopes, que previa o
encerramento, o que não
aconteceu.
No entanto, o
primeiro-ministro
sublinhou que há
problemas que precisam
ser resolvidos no
mercado de Bobo-Forro
para acolher todos os
feirantes."O mercado
continua a sofrer de uma
construção deficiente.
Não é normal que o murro
esteja a cair, as
escadas estejam a cair
tão cedo. Quer dizer que
a obra não foi bem
fiscalizada [...] a obra
foi em certos aspetos
mal feita", afirmou
Patrice Trovoada.
Após visitar todas as
instalações do mercado,
o governante concluiu
que "quando chove as
cargas molham", casas de
banho que já partiram,
"há esgotos e drenagem
mal feitas", problemas
de ventilação, além do
frigorífico que está
avariado há mais de seis
meses e "cria muitos
prejuízos às pessoas".
"Essas necessidades que
nós temos de corrigir,
vamos ver quais é que
nós temos que corrigir
já, quais é que nós
temos necessidade de
financiamento [...]
depois de nós
intervirmos, e às vezes
enquanto estamos a
intervir, porque não
vamos poder fazer tudo
num dia, as pessoas têm
que colaborar [...] não
se pode ter carga na
mesa e estar na rua a
vender quando a carga
está só a ocupar a mesa.
Então, esta organização
interna do mercado tem
que funcionar",
sublinhou o
primeiro-ministro. Por
outro lado, o chefe do
Governo afirmou que é
necessário organizar "o
mercado de venda, o
comércio em São Tomé e
Príncipe".
"Temos que reorganizar.
Não é normal que lá na
cidade há lojas que
estão a vender os mesmos
produtos que vocês [...]
isso é uma concorrência
ilegal", considerou
Patrice Trovoada. O
primeiro-ministro
reafirmou que o
executivo está "a
trabalhar para baixar o
preço dos produtos da
cesta básica",
nomeadamente "o baixar
preço do arroz, açúcar,
sal, óleo, sabão, leite,
farinha", e outros
produtos
essenciais."Esses
produtos já não pagam
alfândegas, mas nós
estamos a trabalhar para
baixar mais ainda",
precisou.
Para os produtos locais,
Patrice Trovoada
relembrou que já foram
inscritas no Orçamento
Geral do Estado a
construção de estradas
em zonas de produção, e
redução de preços de
produtos agrícolas para
baixar."Mas vocês têm
que entender que isso
tudo não acontece em um
dia. Estamos a
trabalhar, mas eu quero
que cada um veja todos
os dias alguma coisa a
acontecer", apelou o
primeiro-ministro
são-tomense.
JYAF // LFSLusa/Fim