PR brasileiro deve
visitar Angola em agosto
para acordos
na defesa e turismo
sustentável

02.05.2023
- O Presidente
brasileiro, Lula da
Silva, deve deslocar-se
a Angola em agosto,
disse à Lusa o
embaixador brasileiro em
Luanda, destacando as
“altas expetativas” e
perspetivas de reforço
da cooperação em áreas
como o turismo e a
defesa.
Sem datas
ainda definidas, a
expetativa do Governo
brasileiro e do
Presidente Luiz Inácio
Lula da Silva é de que a
visita ocorra no âmbito
da passagem da
presidência da
Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP),
atualmente exercida por
Angola, para São Tomé e
Príncipe, pelo que está
ainda dependente da
confirmação da cimeira
da CPLP, que deverá
realizar-se no final de
agosto.
“As
expetativas são as mais
altas. O Presidente Lula
já indicou que deseja
que Angola seja o
primeiro país em África
a ser visitado pela
natureza da relação
bilateral, pelo papel de
Angola, que é a porta de
entrada da política do
Brasil para África, pelo
peso histórico e
económico da relação”,
declarou à Lusa Rafael
Vidal.
O
diplomata afirmou que
estão a ser preparados
uma série de
entendimentos na área do
turismo sustentável e da
defesa, nomeadamente a
formação e capacitação
de tropas angolanas para
integrarem as forças de
intervenção rápida das
Nações Unidas em África,
bem como acordos no
setor dos transportes
marítimos e terrestres e
instrumentos para
implementação do acordo
de cooperação na área da
agricultura irrigada.
“Com a
assunção do novo
Governo, existe
interesse em viabilizar,
facilitar, fomentar a
internacionalização das
empresas brasileiras com
o viés económico e
social presente. Esse é
um fator diferenciador
do novo Governo, que a
atuação das empresas
esteja conectada com as
estratégias de
desenvolvimento”, vincou
o embaixador brasileiro.
A noção
de que o Estado deve ser
promotor do
desenvolvimento a par do
setor privado,
intervindo não apenas
como regulador, mas
também no desenho de
políticas que permitem
aos privados ser uma
ferramenta de política
internacional condizente
com expetativas de
redução de pobreza e
insegurança alimentar,
são alguns dos eixos
desta orientação.
“Não
podemos crescer,
desenvolver-nos, se o
nosso entorno regional
não se desenvolver
junto”, reforçou.Rafael
Vidal salientou que
atualmente operam no
mercado angolano
empresas brasileiras e
angolanas-brasileiras de
projeção internacional e
setores diversificados.
Entre
estas estão a Odebrecht
(OEC) e a Queiroz
Galvão, no setor da
construção, o grupo
Costa Negócios, que está
a desenvolver uma
fábrica para a
exploração de ferro gusa
(usado na produção de
aço), a EuroFarma, que
está a construir uma
fabrica de medicamentos,
bem como os grupos VMD e
Gemcorp do empresário
Valdomiro Minoru Dondo.
A
comunidade brasileira em
Angola conta atualmente
com cerca de 15 a 20 mil
pessoas, segundo as
estimativas da
embaixada.
A Semana
com Lusa