26.04.2023 - O
capitão-de-mar-e-guerra
português Nicholson
Lavrador afirmou ontem
que o Golfo da Guiné é a
zona mais perigosa em
termos de pirataria e
que a Marinha tem
contribuído para
garantir a segurança
daquela região marítima,
entre o Senegal e
Angola.
"O
Golfo da Guiné
representa uma área de
cerca de seis mil
quilómetros de costa que
vão desde o Senegal até
Angola e é hoje a zona
mais perigosa em termos
de pirataria a nível do
globo", afirmou o
capitão-de-mar-e-guerra
Nicholson Lavrador,
responsável pelo comando
tático no mar da
iniciativa "Mar Aberto",
que teve início a 15 de
abril.
O
comandante falava aos
jornalistas no navio
português "Setúbal", que
hoje chegou a Bissau,
juntamente com o navio
"Centauro", no âmbito da
missão que vai decorrer
durante cerca de quatro
meses e que inclui
visitas a 14 países e
cerca de 20 portos e a
participação nas
comemorações do Dia de
Portugal, que vão
decorrer na Cidade do
Cabo, na África do Sul.
"Nós,
ao longo desta missão em
que vamos a uma série de
países, fazemos uma
monitorização permanente
da área de operação em
que estamos a navegar",
explicou Nicholson
Lavrador.
"Em
Dacar estivemos juntos
com um navio de Espanha,
reunimo-nos com o
comandante do navio,
para acertar
procedimentos e
coordenação nesta área e
temos sido uma boa ajuda
e temos conseguido
contribuir para a
segurança marítima no
Golfo na Guiné, não só
na pirataria, mas outros
ilícitos", precisou.
Além
da pirataria, a missão
"Mar Aberto" deverá
também monitorizar
atividades de pesca
ilegal não declarada e
não regulamentada,
tráfico humano e tráfico
de produtos não
autorizados, incluindo
narcóticos.
"Tem havido um alerta dos países
europeus para
contribuírem e darem o
seu contributo para a
segurança marítima no
Golfo da Guiné",
salientou. Em comunicado
divulgado à imprensa, a
Marinha Portuguesa
refere que a iniciativa
"Mar Aberto 2023" "visa
contribuir para a
segurança marítima no
Golfo da Guiné e na
costa ocidental
africana, assim como
para a satisfação de
compromissos
internacionais assumidos
por Portugal com os
países da Comunidade dos
Países de Língua
Portuguesa (CPLP), e
inclui ainda a
participação nacional no
projeto da União
Europeia das Presenças
Marítimas Coordenadas
para a região do Golfo
da Guiné".
"No âmbito da Cooperação no Domínio da
Defesa serão
desenvolvidas atividades
de cariz naval, de
presença naval, de apoio
à diplomacia e de
cooperação com as
Marinhas de Angola,
Moçambique e
Guiné-Bissau, e guardas
costeiras de Cabo Verde
e São Tomé e Príncipe",
acrescenta o comunicado.
O embaixador de Portugal
na Guiné-Bissau, José
Velez Caroço, destacou a
presença regular da
iniciativa "Mar Aberto"
em território guineense.
"Isto mostra bem o nível a que está neste momento a
cooperação militar entre
Portugal e a
Guiné-Bissau", disse o
embaixador, salientando
que muitas vezes aquelas
missões servem de
veículo para transporte
de equipamento e
material da cooperação
militar e civil e
igualmente para dar
formação à Marinha
guineense.
Segundo o embaixador, neste âmbito está prevista uma
cedência de uma lancha à
Marinha que ficará afeta
à cooperação militar
portuguesa no âmbito de
formação prevista. José
Velez Caroço sublinhou
também que hoje, dia 25
de abril, ter dois
navios da Marinha
portuguesa "é muito
simbólico".
A iniciativa "Mar Aberto" regressa à Guiné-Bissau em
julho.