Cerca de 30 mil
pessoas em pobreza
extrema
em São Tomé e
Príncipe

12.04.2023 -
A Direção
da Proteção Social
são-tomense anunciou
hoje que 29.649 pessoas,
de 7.581 agregados
familiares, vivem em
situação de extrema
pobreza e foram
identificadas no
Cadastro Social Único (CSU)
para facilitar a
definição de programas
de apoio.
"Nós
sabemos que ainda não
foram identificadas
todas [as pessoas] e
isso assusta-nos. Pelo
grupo que já conseguimos
identificar já temos
esse número, imagina
quando conseguirmos
alargar ainda mais o
cadastro", comentou
Núria Ceita, diretora da
Proteção Social,
Solidariedade e Família,
em declarações à Lusa.
O CSU
de São Tomé Príncipe foi
desenvolvido no ano
passado com apoio da
Organização
Internacional de
Trabalho (OIT) com o
objetivo de identificar,
na primeira fase, todas
"as pessoas que estejam
na extrema" pobreza e
"que ainda precisam de
programas sociais do
Governo", e
posteriormente todas as
famílias são-tomenses.
Dos
dados divulgados durante
um ateliê de
apresentação dos
resultados do registo,
5.539 (73%) das famílias
que estão em extrema
pobreza são chefiadas
por mulheres, enquanto
2.042 (27%) são
lideradas por
homens."Infelizmente as
mulheres são as mais
afetadas porque temos
muitas mulheres mães
sozinhas que são
responsáveis pelas
famílias, então o rosto
feminino é mais
representativo",
sublinhou a diretora da
Proteção Social
são-tomense.
O
registo apontou ainda
602 pessoas com
deficiência mental,
1.526 com deficiência
motora, 1.711 com
deficiência visual, bem
como 423 agregados
familiares assinalados
com crianças em risco de
abandono."São números
alarmantes que têm a
nossa atenção e vão
continuar a ter",
assegurou Núria Ceita.
A
diretora da Proteção
Social são-tomense
sublinhou que o CSU é
uma "mais-valia" que vai
permitir "ter o acesso
rápido a essas famílias
vulneráveis" para que as
instituições possam
"fazer as ajudas chegar
de forma mais rápida".
No
entanto, o decreto-lei
para a regulamentação do
CSU foi aprovado pelo
Governo no ano passado,
e desde então aguarda
pela promulgação pelo
Presidente da
República."Esse ateliê
também foi um alerta
para a necessidade de
promulgação do
decreto-lei", sublinhou
Núria Ceita.