
05.04.2023 - O
secretário geral da
União Geral dos
Trabalhadores disse na
terça-feira que foi
informado pelo Governo
são-tomense de que não
haverá aumento do
salário mínimo na função
pública este ano,
contrariando um acordo
já estabelecido.
"Terminantemente o
Governo diz que este ano
não vai haver aumento
salarial, mas nós vimos
um acordo assinado há um
tempo a esta parte com
outro Governo em que o
salário deveria subir de
forma gradativa até os
4.500 dobras [cerca de
180 euros em 2024]",
disse Costa Carlos no
final da segunda reunião
do Conselho de
Concertação Social
realizada na
terça-feira, sob a
presidência do
primeiro-ministro
são-tomense, Patrice
Trovoada.
No ano passado, o
salário mínimo na função
pública são-tomense mais
do que duplicou de 1.100
para 2.500 dobras (cerca
de 100 euros), ficando
definido o aumento para
3.500 (cerca de 140
euros) em 2023 e atingir
4.500 dobras (cerca de
180 euros) em 2024.
"Não estando desenhado
esta possibilidade [de
aumentos], encontramos
outra forma de irmos
falando, setor por setor,
sindicato por sindicato
com o Governo para se
encontrar uma maneira
airosa de se resolver a
questão, porque chegar e
dizer aos colegas apenas
que não há aumento
salarial, eu acho que
vamos entrar numa
convulsão social e não
essa a nossa intenção",
disse o líder sindical.
O secretário-geral da
União Geral dos
Trabalhadores (UGT)
disse que o Governo
admitiu analisar a
situação dos sindicatos
de forma setorial antes
de concluir a elaboração
do Orçamento Geral do
Estado (OGE).
"Havemos de voltar aqui
nos próximos dias para
tomarmos contacto com o
Orçamento já desenhado e
concluído e aí sim, já
teremos uma outra
intervenção, uma outra
noção do que será a vida
dos trabalhadores para
este ano, tendo em conta
que a inflação está
bastante alta. Vem aí o
IVA [Imposto Sobre o
Valor Acrescentado], vêm
aí outros impostos",
adiantou o líder da UGT.
Costa Carlos disse que
as grandes linhas do OGE
apresentadas pelo
Governo liderado pelo
primeiro-ministro,
Patrice Trovoada, "não
animam" os sindicatos e
"não trazem coisas boas
para a classe
trabalhadora".
"Nós ainda estamos com
alguma calma, e vamos
transmitir essa calma
para os nossos colegas",
referiu, defendendo que
o Governo deve adotar
outras medidas,
nomeadamente a avaliação
e promoções nas
carreiras profissionais
para motivar os
trabalhadores.
O secretário-geral da
UGT defendeu também "a
harmonização da grelha
salarial" para combater
a insatisfação e
desmotivação dos
funcionários
públicos."Essa
preocupação foi colocada
como foi sempre
colocada", sublinhou,
Costa Carlos. Na
terça-feira, foram
apresentadas as
principais linhas do
Orçamento Geral do
Estado aos partidos
políticos com assento
parlamentar.
Segundo o Gabinete do
Governo, o Movimento
Basta, do ex-presidente
da Assembleia Nacional,
Delfim Neves, não
compareceu ao encontro
com o primeiro-ministro.