31.03.2023 - A Empresa
de Água e Eletricidade (Emae)
de São Tomé admitiu
existir uma crise
energética há várias
semanas por falta de
verbas para a importação
de gasóleo e avarias de
geradores. No final de
uma reunião com o
primeiro-ministro e
alguns membros do
Governo, o diretor-geral
da Emae, Hélio Lavres,
considerou que “a crise
energética que o país
vive” atualmente “é
preocupante”, causando
constrangimentos aos
negócios.
Hélio Lavres justificou
a redução do
fornecimento de
eletricidade devido
avarias de “grupos de
geradores que já não
respondem à sua real
capacidade, bem como
também a um problema
transversal a toda a
sociedade que são as
dívidas avultadas que as
empresas e pessoas
individuais têm para com
a Emae”, condicionando a
capacidade financeira da
empresa.
“Quer dizer que neste
momento o país
encontra-se numa
situação crítica e põe
em perigo a importação
do gasóleo para os
próximos tempos […], mas
p Governo tudo fará para
ajudar, pelo que
percebemos do senhor
primeiro-ministro”,
precisou o diretor da
Emae, assumindo que a
empresa também fará a
sua parte.
No final do ano passado
o ministro das Finanças
são-tomenses, Genésio da
Mata, revelou que a
dívida da Emae para com
a Empresa Nacional de
Combustíveis e Óleo (Enco),
detida maioritariamente
pela Sonangol, ronda os
9,7 milhões de euros.
Hélio Lavres disse que a
empresa vai reforçar o
apelo aos seus clientes,
nomeadamente as
instituições públicas e
privadas, para a
regularização das
dívidas para que a
“situação financeira da
Emae melhore e
consequentemente melhore
o fornecimento de
eletricidade às
pessoas”.
A Emae prevê também a
curto prazo a “aquisição
de um pacote mínimo [de
geradores] para fazer os
grupos [de geradores
existentes] funcionarem
com alguma
regularidade”,
admitindo, no entanto
que isso é uma questão
“mais estruturante, mais
de fundo e o Governo
certamente encontrará
uma situação a médio
prazo”.
“O que é necessário é a
manutenção e reparação
dos grupos. Nós
precisamos de peças que
não existem neste
momento, trabalhamos com
dificuldades e
recorremos muitos às
sucatas para recuperar o
grupo. Estamos numa
situação difícil e os
grupos já não revelam
performance para injetar
potência na rede”,
explicou.
“Neste momento estamos a
produzir cerca de 16
megas provisoriamente,
porque hoje podemos
estar a produzir 16 e
amanhã termos uma queda
significativa fruto da
situação dos grupos”,
acrescentou.Sem apontar
um prazo para a
normalização do
fornecimento de
eletricidade, o diretor
geral da Emae assegurou
que a empresa tem
procurado “minimizar
este impacto” até
encontrar uma solução.