Guiné-Bissau nega
ter proposto São
Tomé e Príncipe
para presidência da CPLP
Lusa 05.10.2021 -
O Presidente guineense,
Umaro Sissoco embalo,
negou este sábado que o
seu país tenha proposto
que São Tomé e Príncipe
assumisse a presidência
da Comunidade dos Países
de Língua Portuguesa (CPLP),
afirmando que ainda tem
reservas quanto a este
tema.
"Eu vi
declarações veiculadas
que não correspondem à
verdade", afirmou hoje o
Presidente da Guiné
Bissau, Umaro Sissoco
Embaló, no aeroporto de
São Tomé, antes de
partir para a
Guiné-Bissau, depois de
assistir à posse do novo
chefe de Estado de São
Tomé e Príncipe, Carlos
Vila Nova.
"[A]
posição da Guiné-Bissau
é dizer que é o povo
são-tomense que tem que
decidir se quer ou não
[assumir a presidência
da CPLP]. Não é a
imposição de um outro
país", disse o chefe de
Estado guineense.
O
presidente da Guiné
Bissau acrescentou que
falou na sexta-feira com
um representante do
Brasil e que "a posição
deles também é de
reserva" em relação à
decisão se "São Tomé
deve ou não assumir [a
Presidência da CPLP]
porque há regras, há
problemas das quotas e
outros".
Contudo,
Sissoco Embalo não
indicou o interlocutor
do Brasil com quem
conversou. "De qualquer
das formas, eu sou amigo
do povo são-tomense e eu
não estarei para impor",
disse Sissoco Embalo,
assegurando que não vai
permitir "impor a São
Tomé e Príncipe o que
ele não quer, porque São
Tomé é um povo irmão, um
povo amigo".
"Agora,
se há países que pensam
que por trás de São Tomé
podem atingir os outros
países, não. Isso não se
vai passar na CPLP",
declarou o Presidente
guineense. Questionado
pela imprensa sobre se
deveria ser a
Guiné-Bissau a assumir a
presidência rotativa da
CPLP em 2023, Sisso
Embaló disse que a
"Guiné-Bissau já
organizou e tem
condições para
organizar" outra
presidência,
acrescentando que o país
"pagou as quotas e tem
tudo em dia".
Sissoco
Embaló destacou que para
"essa questão de
presidência é [preciso]
consenso". "Ser
presidente em exercício
da CPLP não implica
impor os outros países,
não. E, sobretudo, a
Guiné-Bissau de hoje não
é a Guiné Bissau de
ontem. Nós não aceitamos
a imposição. Tem que ser
consenso de base e
respeito mútuo", afirmou
o Presidente guineense.
"Temos o
mesmo direito como
Portugal, Brasil, São
Tomé, Cabo Verde e todos
os outros países membros
da CPLP", disse. O chefe
de Estado da
Guiné-Bissau frisou
ainda que "não
corresponde à verdade a
informação que foi
veiculada de que a
ministra de Estado e dos
Negócios Estrangeiros [Suzi
Barbosa] disse que a
Guiné-Bissau ia (...)
não, não, não, isso não
corresponde à verdade".
O
Presidente guineense
disse que deu
"orientação à ministra
para dizer que a
Guiné-Bissau não podia,
de maneira nenhuma,
criar mal-estar no seio
da CPLP, mas também não
admitiria que alguém
pensa que é mais
importante ou tem mais
peso na CPLP". "Não há
Estados pequenos" na
CPLP, precisou,
acrescentando que o
"Brasil também
acompanhou esta
estratégia".
Em 24 de
setembro, o ministro dos
Negócios Estrangeiros (MNE)
de Portugal, Augusto
Santos Silva, declarou
como uma "boa notícia" o
"acordo" que se obteve
durante uma reunião
informal de ministros da
CPLP, em Nova Iorque, de
que a presidência da
organização lusófona
ficará a cargo de São
Tomé e Príncipe, após o
mandato atual de Angola.
De acordo com Santos
Silva, a proposta partiu
da Guiné-Bissau, que
também se tinha mostrado
interessada em assumir a
presidência.
"Não só
não houve nenhuma
disputa, como houve este
gesto de enorme
significado que foi ser
a Guiné-Bissau a propor
a solução que
validámos", sublinhou o
ministro português, em
entrevista telefónica à
Lusa. No mesmo dia,
também o secretário
executivo da
organização, Zacarias da
Costa, declarou à Lusa,
por telefone, que o
Presidente guineense,
Sissoco Embaló, "deixou
uma mensagem clara,
através da ministra dos
Negócios Estrangeiros,
Suzi Barbosa, de que
veriam com bons olhos
que São Tomé assumisse a
presidência e depois,
então, seria
Guiné-Bissau".
Na
conferência de chefes de
Estado e de Governo da
CPLP, realizada em julho
em Luanda, a decisão
sobre a próxima
presidência da CPLP foi
adiada, com o argumento
de que estavam em curso
eleições presidenciais
em São Tomé e Príncipe.
Após o ato eleitoral,
disse Zacarias da Costa,
o próprio Presidente de
São Tomé e Príncipe,
Carlos Vila Nova,
manifestou "vontade de
São Tomé poder assumir a
presidência rotativa da
CPLP em 2023 -- 2025".
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