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A crise económica e social que a pandemia

 

da covid-19 está a provocar

 


13.09.2021 - O Covid-19 não é o primeiro causador de pandemias mundiais, tendo havido outras doenças que mudaram os rumos da história da humanidade. A pandemia do novo coronavírus está causando medo em todo o mundo estimando-se que já infectou mais de 250 milhões pessoas no mundo, com alguns milhões de casos mortais.


O cenário é semelhante ao que já aconteceu noutros momentos da humanidade com as principais pandemias que assolaram o planeta. 1. Peste Bubónica: foi causada pela bactéria Yersinia pestis, considerada, historicamente, a causadora da Peste Negra, que assolou a Europa no século XIV, matando entre 75 e 200 milhões pessoas na antiga Eurásia. No total, a praga pode ter reduzido a população mundial de 450 milhões de pessoas para 350 milhões.


2. Varíola: atormentou a humanidade por mais de 3.000 anos. O faraó egípcio Ramsés II, a rainha Maria II da Inglaterra e o rei Luís XV da França tiveram a temida “bixiga”. O vírus Orthopoxvírus variolae era transmitido de pessoa para pessoa, por meio das vias respiratórias, tendo sido erradicada do planeta em 1980, após campanha de vacinação em massa.


3. Cólera: a sua primeira epidemia global em 1817 matou centenas de milhares de pessoas. Desde então a bactéria Vibrio cholerae sofreu diversas mutações e causa novos ciclos epidémicos de tempos em tempos e, portanto, ainda é considerada uma pandemia. 4. Gripe Espanhola: acredita-se que entre 40 e 50 milhões de pessoas tenham morrido na pandemia de gripe espanhola de 1918, causada por um vírus influenza mortal. Mais de um quarto da população mundial na época foi infectada.


5. Gripe Suína (H1N1): conhecida como gripe suína, o H1N1 foi o primeiro causador de pandemia do século XXI. O vírus surgido em porcos no México em 2009, espalhou-se rapidamente pelo mundo, matando cerca de 16 mil pessoas. Perante as consequências da pandemia da Covid-19 na economia até os gigantes mundiais estão a "tremer" com particular incidência nos países mais dependentes do comércio externo.


Economias quase paradas ou a meio gás, empresas fechadas, comércio reduzido ao mínimo essencial, famílias fechadas em casa, sendo que a crise provocada pela Covid-19 é diferente de todas as outras já vistas até hoje e poderá ter um efeito na economia mundial nunca antes visto.
Esta pandemia afecta países ricos e pobres indiscriminadamente, em vários continentes, e a crise económica que dela resultará caracteriza-se, ao contrário das demais, por uma queda acentuada da produção e do consumo em todo o lado, ao mesmo tempo.


As economias abertas vão sofrer por um período mais longo os efeitos da Covid-19 na oferta e na procura, e mesmo depois de terem o vírus controlado a nível nacional, as economias abertas continuarão a sofrer os seus efeitos devido à queda da procura oriunda de países que ainda estarão a combater a pandemia.


A resistência de um país a esta cris depende largamente do quanto a sua capacidade de produção é afectada pelo vírus. Crise tem sido uma das palavras mais utilizadas neste século, fazendo parte do vocabulário da ciência da Economia e na diplomacia, sendo diagnosticados vários tipos de crises.


A palavra crise vem do grego krisis (κρίσις), que significa mudança, e na língua chinesa a palavra crise escreve-se com 2 caracteres 危 機, o primeiro significa perigo e o segundo oportunidade.
A vida enquanto processo social é um suceder de crises, e neste processo estamos sempre diante de novos desafios, novas situações e novos problemas, pelo que vivenciar uma crise é uma experiência normal de vida, que reflecte oscilações do indivíduo na tentativa de procurar um equilíbrio entre si mesmo e o seu ambiente envolvente, e quando este equilíbrio é rompido está instaurada a crise, que pode ser uma manifestação violenta e repentina de ruptura de equilíbrio.


Assim, o desenlace de uma crise pode ser um marco para mudanças que permitam um funcionamento melhor do que o anterior ao desencadeamento do evento. De tal forma, quando a crise é resolvida satisfatoriamente, pode auxiliar o desenvolvimento dos países, caso contrário, poderá constituir-se num risco, aumentando a sua vulnerabilidade.


Assim, as crises são uma ocorrência normal, tanto na vida pessoal e familiar como na vida profissional, não havendo país ou organização, como não há ser humano, que viva sem crises e sem sentir ansiedade diante delas. Mas as crises podem ser benéficas, desde que se tenha a capacidade de lhes responder produtivamente, tendo Albert Einstein definido Crise da seguinte maneira:


Não pretendamos que as coisas mudem, ao fazermos sempre o mesmo. A crise é a melhor bênção que pode ocorrer a pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as grandes invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera-se a si próprio, sem ficar superado. Quem atribui à crise os seus fracassos e penúrias, violenta o seu próprio talento, e respeita mais os problemas do que as soluções. A verdadeira crise é a crise da incompetência.

 

O inconveniente das pessoas e países é a esperança de encontrar as saídas e soluções fáceis.
Sem crise não há desafios, sem desafios a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um. Falar de crise é promovê-la e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora que é a tragédia de não querer lutar para superá-la.


Os dirigentes públicos e privados temerosos ou mal preparados sentem as coisas e preocupam-se com elas, mas procuram de imediato mecanismos compensatórios para aliviar a ansiedade.
Quase sempre adoptam soluções que nada resolvem, a não ser adiar os problemas. Acabam por ser arrastados pelos acontecimentos sendo dominados pelas crises, mas os dirigentes eficazes, os verdadeiros dirigentes fazem das crises uma oportunidade de progresso, mostrando todo o seu talento e liderança, pois não sucumbem aos desafios nem se desorientam.


Sentem e sofrem as crises, mas dominam-nas percebendo o seu advento e mobilizando todos os seus recursos, estruturas e processos. Enfrentam com determinação as exigências da nova situação e, por isso, saem delas mais fortes do que entraram.


Não esperam o amanhã para agir, agem logo, de forma planeada e preventiva, porque têm presente que no universo da gestão, onde as mudanças são cada vez mais rápidas e profundas, em que o futuro é já presente, e as crises bem aproveitadas são, normalmente, o anúncio do progresso.

Por: Adrião Simões Ferreira da Cunha

 

 

 

 

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