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Populares saem a rua para protestar contra violência

contra mulheres em São Tomé

18.06.2021 - Pelo menos três centenas de populares saíram hoje a rua da capital são-tomense numa manifestação organizada pela sociedade civil para protestar contra o assassinato, sábado, de uma mulher pelo seu antigo companheiro, na comunidade de Boa Entrada.

“Esta é uma manifestação de indignação, de revolta, é um grito de alerta às autoridades e hoje nós vestimos todas de luto para manifestarmos esta indignação”, disse Celisa de Deus Lima, representante da sociedade civil.

Para a advogada, a onda que o país tem vivido “é simplesmente insustentável, nós não podemos conviver com a violência que tem havido contra as mulheres e contra as crianças, incluindo o abuso sexual de menores”, justificou a representante da sociedade civil promotora da manifestação. Celisa de Deus Lima defende que o assassinato ocorrido em Boa Entrada, cerca de 13 quilómetros a norte da capital revela “a falta de proteção das mulheres” em São Tomé e Príncipe. “Isto é o reflexo da falta de proteção das mulheres.

Era uma situação em que a senhora já havia apresentado queixa e já era do conhecimento das autoridades de que de facto aquela cidadã era vítima de violência doméstica. Infelizmente não houve resposta atempada e tivemos um crime bárbaro que assolou o país”, explicou.

“Nós queremos justiça”, “Abaixo a violência” gritavam sobretudo as mulheres que empunhavam cartazes com palavras “Nós as mulheres dizemos basta” e criticando o governo por “não fazer nada” para impedir a crescente onde de violência contra as mulheres em São Tomé e Príncipe.

No texto do MB, argumenta-se que, no sábado, Maria de Lurdes Pina Pereira, 40 anos de idade, foi barbaramente assassinada com golpes de catana num crime passional cometido pelo seu antigo companheiro, Helder Soares Moreira, com a qual já não vivia há mais de 16 meses. Em nota de condolências a família, a ministra da Justiça, Administração Publica e Direitos Humano reconheceu que “estes tipos de crime têm vindo a crescer na sociedade”.

Ivete Coreia considera que se trata de “um hediondo crime de homicídio, sendo um dos mais graves de todos os crimes que viola todos os direitos fundamentais da dignidade humana e o direito a vida”. “O governo vem por este meio repudiar este comportamento desumano e endereça a família enlutada as mais sentidas e profundas condolências”, indica a nota de condolência do governo assinada pela ministra da justiça com data de 16 deste mês e que a Lusa teve hoje acesso.

A comissão do Género, Família, Coesão Social, Juventude, Desporto e Comunicação Social do parlamento são-tomense também manifestou a sua “mais viva indignação e o seu mais veemente repudio e condenação perante um crime cujos contornos apontam para mais uma situação fatal de violência baseada no género”.

Em comunicado distribuído hoje a jornalistas, o parlamento manifestou ainda a sua “crescente preocupação com o aumento dos índices de criminalidade e de violência nomeadamente física que tem vindo a atingir de forma muito particular as mulheres”.

Na manifestação que agrupou também familiares da vítima, participaram três candidatos as eleições presidenciais de 18 de julho, nomeadamente, Guilherme Pósser da Costa, apoiado pelo Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe – Partido Social Democrata (MLSTP-PSD) e os independentes, Moisés Viegas e Abel Bom Jesus. M.B.

 

 

 

 

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