07.03.2022 - O
Presidente da República
de São Tomé e Príncipe,
Carlos Vila Nova,
anunciou que dados
preliminares apontam
para “um possível
abrandamento da
economia” são-tomense
“dos 3% estimados em
2020 para 2% em 2021”.
Carlos
Vila Nova, que
discursava, na sessão de
cumprimentos do Corpo
Diplomático, acrescentou
que aqueles números,
"embora não
negligenciáveis, revelam
apenas o quanto a
economia cresceu”. "Na
verdade, devemos estar
preocupados com a
sustentabilidade deste
crescimento, uma vez que
muito do mesmo foi
suportado pelo
significativo e
excecional financiamento
externo das despesas
públicas”, destacou.
O
Presidente são-tomense
considerou que, "em
termos de desempenho
económico (…), além dos
velhos desafios que se
mantiveram, a pandemia
de Covid-19 trouxe
problemas adicionais que
persistiram ao longo do
ano de 2021”.
"Estes
novos desafios devem
levar-nos a mudar de
estratégia, sobretudo no
modo de encarar as
grandes questões da
sociedade, tanto no
domínio nacional como
internacional”,
defendeu. Além dos
efeitos da pandemia na
economia do país, as
"tensões geopolíticas,
resultando em previsível
subida do preço do
petróleo e de bens
importados, podem minar
ainda mais as
perspectivas do
crescimento da economia
são-tomense para o ano
de 2022”.
Ou seja,
alertou, vai "contribuir
ainda mais para o seu
abrandamento e a
consequente divergência
do crescimento em
relação aos países de
renda média alta, o que
compromete a projecção
de crescimento de 2,9%
para o corrente ano”.
"Se já havia
perspectivas de um
crescimento a duas ou
três velocidades entre
as economias avançadas
emergentes e a dos
países de rendimento
médio-baixo, devido a
diferentes velocidades
de cobertura de
vacinação, os atrasos na
disponibilização de
vacinas, por um lado, e,
por outro, as tensões
geopolíticas” são
factores que condicionam
o crescimento da
economia são-tomense,
considerou.
Para
Carlos Vila Nova, os
actuais conflitos
geopolíticos "despertam
inquietações” e, no caso
da intervenção militar
russa na Ucrânia,
sublinhou a posição de
São Tomé e Príncipe, que
se coloca "ao lado
daqueles que apelam para
que se enverede pela via
da diplomacia do diálogo
para a resolução de
diferente do que opõe a
Rússia e a Ucrânia”.
"Neste
sentido, São Tomé e
Príncipe apoiou a
resolução apresentada na
Assembleia Geral
Extraordinária das
Nações Unidas sobre a
invasão russa e face à
existência de vítimas
civis. Exortamos que
sejam facilitados os
acessos à assistência
humanitária, aqueles que
deles precisam no teatro
das operações e apoio às
populações deslocadas”,
disse.
"Não
parece restar dúvidas
sobre os riscos de essa
situação de guerra poder
trazer uma nova era de
incerteza à Europa,
perturbar as cadeias
logísticas e a economia
global, impactando nos
preços de produtos
petrolíferos e
alimentares de que os
nossos países são
importadores”,
acrescentou.
Carlos
Vila Nova destacou ainda
a questão das migrações,
a partir do continente
africano para a Europa,
considerando que, ao
longo de 2021, "o mundo
assistiu impotente à
persistência dos
desastres humanitários
originados pelo fluxo
migratório de populações
que se deslocam à Europa
em busca de realização
do sonho de uma vida”.
(Jornal de Angola)
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