21.02.2022 - O
presidente do
parlamento são-tomense,
Delfim Neves, disse, no
sábado, esperar que os
19 candidatos das
eleições presidenciais
do ano passado
entreguem as contas de
campanha ao Tribunal
Constitucional (TC), e
prometeu respeitar a
multa que poderá
ser aplicada.
“Éuma
missão, é uma ação de
todos os candidatos o
cumprimento da lei”,
afirmou o presidente do
Parlamento são-tomense
que foi o terceiro
classificado nas
eleições presidenciais
do ano passado. O artigo
103.º da lei eleitoral
são-tomense, revista no
ano passado, estabelece
que “no prazo máximo de
noventa dias, a partir
da proclamação oficial
dos resultados, cada
candidatura presta
contas discriminadas da
sua campanha eleitoral
ao Tribunal
Constitucional”.
Os
resultados oficiais da
segunda volta das
eleições
presidenciais foram
proclamados em 14 de
setembro do ano passado.
Dos 19 candidatos que
participaram no ato
eleitoral, apenas a
candidata Elsa Garrido,
presidente do Partido
Verde de São Tomé e
Príncipe, apresentou as
contas para apreciação
do Tribunal
Constitucional, mas
estas foram indeferidas
pelo TC por não
cumprirem as exigências
legais.
“Estamos a preparar.
Assim que estiver
concluída vamos
entregar. Também espero
que todos os outros
candidatos também o
façam”, disse Delfim
Neves. A lista dos 19
candidatos das
presidenciais de 2021
incluía vários
ex-ministros,
ex-deputados e
ex-líderes partidários
que também não
apresentaram as contas
ao TC.
A lei
eleitoral estabelece que
“o Tribunal
Constitucional aprecia,
no prazo de noventa
dias, a legalidade das
receitas e despesas e a
regularidade das
contas”, prevendo multas
entre cerca de 70 mil
dobras (cerca de três
mil euros) a 750 mil
dobras (cerca de 30 mil
euros) para casos de
irregularidades ou não
apresentação das contas.
“Toda
a gente sabe que há
multa. Somos
legisladores”, afirmou o
presidente do
parlamento, assegurando
o respeito pela decisão
do Tribunal
Constitucional, em caso
de aplicação da multa.
Na semana passada, a
candidatura do atual
Presidente da República,
Carlos Vila Nova, também
prometeu entregar as
contas de campanha, mas
considerou que “sendo
uma prática que está a
iniciar agora é preciso
também que o tribunal
entenda essa situação”,
por isso não deve
aplicar as multas desta
vez, mas apenas obrigar
ao cumprimento da
prestação de contas.
“Sendo uma nova prática
e não tendo o tribunal
desencadeado uma ação
prévia em relação a
isso, acho que temos é
que doravante perceber
como é que isso funciona
e respeitar mais ou
menos as notificações e
as chamadas de atenção
do tribunal”, defendeu o
diretor de campanha de
Carlos Vila Nova,
Américo Ramos.
Contactada pela Lusa,
fonte do TC assegurou
que o tribunal vai
reunir-se ainda este mês
para decidir os
procedimentos a adotar
sobre o incumprimento
dos candidatos. Lusa
JYAF // MSF