14.09.2023 - O Banco
Mundial desceu a nota de
São Tomé e Príncipe num
relatório que analisa a
adequação do
enquadramento das
políticas e instituições
nacionais a uma eficaz
aplicação das ajudas
financeiras ao
desenvolvimento deste
país lusófono africano.
"A
gestão macroeconómica
enfraqueceu devido aos
desafios no
enquadramento da
política económica e aos
crescentes
desequilíbrios externos,
que causou um
esvaziamento das
reservas", lê-se no
relatório anual relativo
a 2022, a que a Lus
ateve hoje acesso, que
faz uma avaliação
institucional dos países
e das políticas dos 39
países africanos mais
pobres.
São
Tomé e Príncipe recebeu
uma nota de 2,9 pontos,
numa escala de 1 a 6,
representando uma
descida de 0,1 pontos
face à avaliação do ano
passado, e ficando
abaixo da média da
região, nos 3,1
pontos."São necessários
esforços concertados
para lidar com o elevado
desequilíbrio
orçamental, melhorar a
mobilização da receita
interna e fortalecer os
regulamentos do setor
financeiro e o sistema
judiciário", diz o Banco
Mundial.
Os
economistas do braço do
Banco Mundial para os
empréstimos
concessionais, a
Associação Internacional
do Desenvolvimento (IDA)
notam, no entanto, que o
país teve "um forte
desempenho na inclusão
social e equidade,
particularmente na
capacitação dos recursos
humanos, tendo sido
tomadas medidas
conducentes à igualdade
de género na educação, e
foi aprovada uma lei
sobre a representação de
género nas posições de
decisão política",
acrescentam.
O
Banco Mundial melhorou a
nota de 12 países
africanos, mantendo 20 e
piorando oito, num
relatório que avalia a
adequação das políticas
e instituições de cada
país à aplicação eficaz
das ajudas financeiras
ao desenvolvimento.
"Apesar dos desafios
económicos globais, mais
países na África
subsaariana viram
melhorias no seu
resultado global da
Avaliação Institucional
e das Políticas
Nacionais (CPIA), em
comparação com o ano
anterior", lê-se nesta
avaliação feita
anualmente pelo Banco
Mundial, recorrendo a
quatro grandes linhas de
avaliação (gestão
económica, políticas
estruturais, políticas
para a inclusão social e
equidade, e gestão do
setor público e
instituições) e 16
critérios.
Na
edição deste ano,
relativa a 2022, há doze
países que melhoraram a
avaliação, entre os
quais estão Cabo Verde,
Guiné-Bissau e
Moçambique, com São Tomé
e Príncipe a ser um dos
oito países cuja
classificação piorou, e
20 mantiveram o nível,
num total de 39 países
analisados na África
subsaariana, numa escala
ascendente de 1 a 6.
Angola e a Guiné
Equatorial, os outros
dois países africanos
lusófonos, estão fora
desta avaliação, já que
não são considerados
pelo Banco Mundial como
países pobres, dado o
nível de rendimento per
capita.
O
relatório anual da IDA
"captura a qualidade das
disposições
institucionais e de
políticas de cada país,
focando-se nos elementos
controlados por um país,
e não por resultados
influenciados por
elementos externos", o
que faz com que o
resultado final "avalie
se o crescimento
sustentável e a redução
da pobreza podem ser
sustentados através das
disposições
institucionais e de
políticas em vigor".
Como
o resultado "representa
a capacidade para uma
utilização efetiva da
ajuda ao
desenvolvimento, é um
dos principais fatores
que determina a alocação
de financiamento para o
desenvolvimento por
parte da IDA",
explica-se ainda no
relatório, que aponta
para uma média de 3,1
pontos, igual à do ano
passado.