Menos Peixe e Menos
Oxigénio
São Tomé e Príncipe
avança com projecto
contra efeitos de
aquecimento do mar
30.03.2019
.
Previstas Plataformas de
Pesca, Piscicultura e
Plantio de Árvores entre
medidas de Combate ao
Impacto das Mudanças
Climáticas sobre Oceanos.
O aquecimento global que
está a afectar os
Oceanos, com
consequências muito
gravosas para países
costeiros, sobretudos os
ilhéus como é o caso
S.Tomé e Príncipe. Os
exemplos mais evidentes
são as inundações das
praias de Santa Catarina
e da Ribeira Peixe, com
prejuízos muito
avultados para os
habitantes locais.
Além disso, há ainda a
registar a redução
global da quantidade de
pescado como
consequência do
aquecimento global.
Ainda por causa do
aquecimento dos oceanos,
os corais estão a
morrer. Sendo os corais
locais de desova dos
peixes é previsível a
diminuição do peixe
disponível para
alimentação dos humanos,
explicou a nossa
reportagem o engenheiro
Olavo Aníbal, na (foto),
Coordenador do Projectos
das Mudanças Climáticas,
de S.Tomé e Príncipe.
O nosso país está
situado na zona tropical
húmida, que por natureza
é quente, com aumento,
os cardumes de peixe
fogem para zonas em que
a temperatura lhe pode
garantir melhor
temperatura, lembrou
como exemplo o nosso
entrevistado. Explicou
que é por causa disso
que os pescadores
nacionais precisam de ir
cada vez mais distante a
procura de cardumes para
pescarem.
As consequências dessa
situação se alastra a
sociedade, porque da
pesca dependem o o
emprego e subsistência
milhares de cidadão e a
alimentação de toda
população. Lembrou, o
nosso interlocutor que
em S. Tomé e Príncipe
“consumo de peixes
por habitantes é cerca
de 30 quilos por anos, o
que só por si ainda é
baixo”.
Adiantou que “se
não houver a mais
pescado disponível para
o consumo da população,
a dieta torna-se ainda
mais desfavorecida e a
situação económica
também se deteriora
muito mais”.
O Eng. Olavo Aníbal
explicou que o país pode
optar, no quadro da
ajuda para mitigar as
consequências das
mudanças climáticas,
pelo aumento da produção
de peixe através da
cultura de espécies de
água doce na terra.
Disse crer que “S.Tomé
e Príncipe poderá obter
ajuda internacional
disponível para
projectos desta
natureza”.
Adiantou que é
previsível “o
cultivo de peixes nas
zonas costeiras, nos
lagos ou nos rios”,
como alternativa.
“Com a água do mar mais
quente, o fito plâncton
e o zooplâncton, que
servem de alimento para
os peixes e demais
animais marinhos, fica
comprometida a cadeia
alimentar nos oceanos”
– disse a propósito Eng.
Olavo Aníbal. Além
destes prejuízos, “há
menos oxigénio
disponível, isto porque
é o fitoplancton
responsável pela
produção do oxigénio de
os seres vivos precisam
para respirar”.
Em causa está a emissão
pelo homem de gazes com
efeito de estufa para
atmosfera, nomeadamente
o dióxido de carbono, o
CO2, através da queima
de combustíveis fósseis,
designadamente derivados
de petróleo, carvão e
combustíveis lenhosos,
afirmou o Coordenador do
Projectos das Mudanças
Climáticas, adiantando
que o nosso país não
escapa dos seus impactos
negativos para o
ambiente e para seus
habitantes.
A medida que o
aquecimento dos oceanos
aumenta, a água do mar
torna-se mais ácida, por
isso nociva aos seres
marinhos. Como se não
bastasse, as
consequências do
aquecimento se estendem
aos glaciares, que uma
vez derretidas as
camadas de gelo acabam
por provocar inundações
das zonas costeiras e
diminuição da dimensão
das ilhas, com risco
elevado para o
desaparecimento de
muitas ilhas no mundo
inteiro.
Para a prevenção e
mitigação das
consequências do aumento
da temperatura global, o
Coordenador do Projectos
das Mudanças Climáticas
explicou que através da
Direcção das Florestas
têm como programa o
plantio de árvores, o
sombreamento das zonas
costeiras e urbanas. Com
a Direcção das Pescas,
disse que “o país
tem vindo a trabalhar no
projecto para plataforma
perto da costa para
melhor facilitar a
captura de peixe”.
Para
enfrentar a erosão
costeira, o Eng. Olavo
Aníbal informou a nossa
reportagem que além de
construção de barreiras
físicas nas zonas mais
ameaçadas, está prevista
a proibição de
construção em zonas mais
afastadas da beira do
mar. Deu exemplo, as
zonas como Malanza,
Ribeira Afonso e Santa
Catarina, as mais
ameaçadas pela invasão
do e das cheias dos rios
que ali desaguam.