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Resíduos sólidos no contexto das mudanças climáticas

Lixo é um perigo ao ambiente e a saúde

em São Tomé e Príncipe

18.03.2019 . No futuro deve-se aproveitar melhor os resíduos para mitigar os efeitos das Mudanças Climáticas, defende a Eng. Sulisa Quaresma da Direcção Geral de Ambiente

Os lixos e demais resíduos resultantes do consumo e da actividade humana em S. Tomé e Príncipe são, hoje em dia, uma grande preocupação. Basta ver como os lixos e imundices infestam muitas localidades, com graves consequências para a saúde dos cidadãos e para o ambiente local.

Por causa desta situação, a nossa reportagem foi ouvir a Engenheira Sulisa Quaresma, técnica da Direcção Geral do Ambiente. Esta técnica não poupou palavras para mostrar quais as consequências do tratamento indevido dos resíduos sólidos.

Engenheira Sulisa começou por dizer que muitos dos lixos produzidos pelo homem emitem gases para a atmosfera responsáveis pelo efeito de estufa tornando-se, deste modo, em fontes que contribuem para as mudanças climáticas, que hoje preocupam a humanidade, devido aos danos que causam à natureza.

O sector de resíduos é responsável por uma parte importante na emissão do gás metanoque, nas palavras desta técnica da Direcção do Ambiente, contribui para o aquecimento global. Sulisa Quaresma explicou que este gás bastante prejudicial à natureza “resulta das lixeiras a céu aberto, existentes de forma selvagem no nosso país ”. É nestes locais onde são depositados os lixos, uma vez que no nosso país ainda não há centrais de tratamento de resíduos sólidos com a finalidade de minimizar danos à natureza.

A nossa entrevistada informou ainda que a queima de lixo nas condições em que está a ser feita sem meios técnicos adequados está a produzir“diferentes poluentes, como são os casos de dioxinas e furanos”, produtos químicos “muito prejudiciais à saúde e ao meio ambiente”sublinhou, como chamada de atenção.

Esta técnica do ambiente disse que as lixeiras, da forma com existem no nosso país, têm um elevado risco devido à acumulação de gás metano. Em caso de explosão, podem pôr em risco a vida de trabalhadores ou de habitantes das redondezas. Lembrou-nos do caso que se deu recentemente no Brasil, em condições idênticas aquelas existentes em S.Tomé e Príncipe, “houve a explosão numa lixeira que estava perto duma zona residencial, (…) matando cerca de 50 pessoas”.

 

Entretanto, a engenheira Sulisa Quaresma deu indicações de alguma esperança no aproveitamento do gás metano ao se evitar a sua emissão para a atmosfera. Informou-nos de projectos realizados pelas Organizações Não Governamentais que aproveitam o lixo biodegradável para a produção de biogás para uso na produção de energia eléctrica e para cozinha.

Este projecto, segundo a nossa entrevistada,está a ser executado em diferentes comunidades designadas de piloto, com o aproveitamento de lixos que produzem o gás metanocom o qual os beneficiados estão a cozinhar alimentos.

Engenheira Sulisa informou, ao terminar, que, no quadro deste projecto, “estão a ser fornecidos biodegestores”, equipamento usado para reter e conservar o gás que, depois é usado para uso doméstico. Este “poderia ser um exemplo a ser seguido” em S.Tomé e Príncipe em grande dimensão” para “substituir as tradicionais lixeiras”, e assim “produzir de modo industrial energia eléctrica” ou ainda “gás de cozinha”, finalizou esta especialista em Ambiente, com a vantagem de se minimizar danos ao ambiente e à saúde das populações.

 

 

 

 

 

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