Emissão de gases com
efeito de estufa em São
Tomé
Medidas de mitigação e
adaptação
22.04.2019 :
Apesar de não ser
considerado um país
poluidor São Tomé e
Príncipe sofre as
consequências das acções
dos países desenvolvidos
poluidores que emitem
muitos gases com efeito
de estufa, que estão na
origem das mudanças
climáticas, a nível
global.
Hoje em dia a fome, o
aumento de desastres
naturais e muitas
doenças desconhecidas
fazem parte de um rol de
consequências das
mudanças climáticas que
mobilizam em todo mundo
os esforços para um
sério combate. Em S.Tomé
e Príncipe os sinais de
perigo já são grandes e
exigem uma mobilização
nacional para evitar que
tais males venham a pôr
em risco a nossa
sobrevivência colectiva,
tal como recomenda o
Biólogo Victor Bonfim,
Director de Conservação,
Saneamento e Qualidade
do Ambiente.
Em entrevista a nossa
reportagem, Victor
Bonfim afirmou que,
apesar de “ emitirmos em
quantidade pequena” se
não forem tomadas
medidas para evitar que
atinjamos os níveis de
países grandes
poluidores “poderemos
eventualmente ver o
nosso país a degradar-se
em cada dia que passa”.
Adiantou que, em S.Tomé
e Príncipe, as emissões
de gases com efeito
estufas acontecem
“principalmente nos
sectores de produção de
energia”.
O Director de
Conservação, Saneamento
e Qualidade de Ambiente
acredita que o país
ainda está ao nível de
poder reverter as
consequências das
mudanças climáticas e
explicou que o
contributo do sector que
dirige. “A nossa acção
insere-se no âmbito da
conservação da
biodiversidade de S.Tomé
e Príncipe, no âmbito da
protecção do meio
ambiente e de algumas
actividades de
saneamento”, afirmou a
propósito.
Victor Bonfim defende
uma participação
alargada nesta tarefa de
protecção da natureza e
evitar que o país corra
riscos agravados para a
sobrevivência e
bem-estar da nossa
colectividade,
precisando ser
necessário o
envolvimento das
populações em projectos
das respectivas
localidades.
Neste domínio, tal como
nos explicou este
biólogo, S.Tomé e
Príncipe tem a vantagem,
pelo facto de fazer
“parte dos países da
Convenção Quadro das
Nações Unidas sobre as
mudanças climáticas”, na
condição de país não
poluidor.
Importa referir que o
país, entre o oxigénio
produzido e o dióxido de
carbono consumido pelas
nossas florestas há
ainda uma vantagem
bastante positiva. Esta
realidade coloca S.Tomé
e Príncipe em posição
favorável para negociar
quotas e obter apoios
necessários para
programas de protecção
de ambiente e mitigação
das consequências das
mudanças climáticas.
Muitas das consequências
de que sofre o país são
efeitos produzidos por
outros países, sobretudo
os países mais
desenvolvidos e
considerados os maiores
poluidores devido ao seu
grau de industrialização
que leva à poluição.
Para enfrentar essas
consequências, o
Director Victor Bonfim
recomenda que S.Tomé e
Príncipe “têm que ter um
programa próprio de
adaptação”, acrescentado
que “o clima está a
mudar” e que “precisamos
nos adaptar”.
Prosseguiu, afirmando
que devem ser
periodizadas medidas de
adaptação e algumas
medidas de mitigação e,
definidas pelo país,
destacando a importância
da consciencialização e
da participação das
populações.
É neste contexto e em
parceria com a
cooperação
internacional, que estão
em curso vários
projectos nos domínios
acima referidos.
Informou-nos o Director
de Conservação,
Saneamento e Qualidade
de Ambiente sobre alguns
exemplos, entre os
quais, os projectos de
adaptação climática nas
zonas rurais, em que já
beneficiaram os
distritos de Mé-Zochi,
Lembá e Cantagalo Caué,
Lobata e RAP.
O biólogo Bonfim
recordou ao finalizar
que “começámos no sector
de agricultura, mediante
um projecto que foi
executado primeiramente
no distrito de Lobata,
durante 4 anos”,
intitulado Projecto de
Adaptação para África -
AAP. Acrescentou que se
tratou de “uma
experiência piloto de
adaptação das
consequências de
mudanças climáticas”, à
qual se seguiram e
seguirão vários outros
programas neste sentido.