MLSTP/PSD diz que já
não há tempo para fazer
o recenseamento
eleitoral em São Tomé e
Príncipe
16.06.2022 - O Movimento
de Libertação de São
Tomé e Príncipe/Partido
Social Democrata (MLSTP/PSD,
no poder) defendeu hoje
que já não há
"tecnicamente espaço"
para a atualização dos
cadernos eleitorais
antes das eleições de 25
de setembro. A posição
do partido é sustentada
no facto de o Presidente
da República, Carlos
Vila Nova, ter marcado
as eleições
legislativas,
autárquicas e regional
da ilha do Príncipe
desde finais de março e
consequentemente ter
sido feita a
redistribuição dos
mandatos dos deputados
pelo Tribunal
Constitucional (TC).
O líder
do grupo parlamentar do
MLSTP/PSD, Danilo
Santos, considerou que
"respeitando a lei" que
estabelece que a
Comissão Eleitoral
Nacional (CEN) entra em
funções 90 dias antes
das eleições, já "não
tem tecnicamente espaço"
para a atualização dos
cadernos eleitorais,
tendo em conta "o prazo
limite para entrega das
candidaturas" e
considerando que "o
Tribunal Constitucional
fixou os mandatos, o que
já não deve ser
alterado". "Se não
tivesse sido marcada a
data das eleições
antecipadamente a
Comissão Eleitoral
entraria em funções e
apresentaria um
calendário para todo um
processo, [mas] com a
data das eleições
marcadas, a Comissão
Eleitoral tem é que
executar o plano para as
eleições e não para
muito mais", afirmou
Danilo Santos, numa
conferência de imprensa.
O líder
parlamentar do partido
do primeiro-ministro,
Jorge Bom Jesus, entende
que quando o Presidente
da República marcou as
eleições "partiu do
princípio que existe um
caderno eleitoral", na
medida em que "não podia
fixar uma data de
eleições se não
existissem condições
criadas para o efeito".
"Se o Presidente marcou
eleições, o Tribunal
Constitucional não podia
fazer a atribuição de
mandatos com base num
outro dado, tinha que
fazê-lo com base no
último caderno eleitoral
que é o que foi
utilizado nas eleições
presidenciais de 2021.
Logo, se
falarmos na atualização
dos cadernos eleitorais,
não sei como é que se
fará isso", argumentou,
defendendo o trabalho
feito pelo Tribunal
Constitucional da
redistribuição dos
mandatos dos deputados.
Danilo
Santos realçou que "é
competência do Tribunal
Constitucional definir
os mandatos" e "não
podia levar mais tempo"
tendo em conta que "as
candidaturas devem ser
formalizadas" até 45
dias antes das eleições.
Segundo Danilo Santos, o
MLSTP/PSD tem solicitado
aos parceiros de São
Tomé e Príncipe para
direcionar o apoio
inicialmente solicitado
para o recenseamento
eleitoral para a
instalação do Gabinete
Técnico Eleitoral, que
até ao momento também
"não entrou em funções",
sem o qual também "não
pode haver atualização"
dos cadernos eleitorais.
"Doravante, a partir do
momento em que o
Gabinete Técnico
Eleitoral entrar em
funções, nunca mais
voltaremos a ter
necessidade de
recenseamento eleitoral,
porque eles vão fazer
atualização automática",
disse Danilo Santos.
O líder
do grupo parlamentar do
MLSTP/PSD desvalorizou
as alegações da Ação
Democrática Independente
(ADI, oposição) sobre o
alegado atraso na
entrada em funções da
Comissão Eleitoral
Nacional já eleita.
"A
Comissão Eleitoral
entrará em funções 90
dias [antes das
eleições] como preza a
lei e será ela incumbida
depois para diligenciar
todos os outros atos
[...]. Devemos aguardar
serenamente a evolução
do processo e não
tentarmos
instrumentalizar o povo
são-tomense", afirmou
Danilo Santos.
A ADI
voltou a pedir na
terça-feira ao
Presidente são-tomense,
Carlos Vila Nova, que
utilize a sua influência
junto do Governo e da
Assembleia Nacional para
que se faça o
recenseamento eleitoral
de mais de sete mil
jovens que atingiram a
idade para votar. "Nós
não podemos aceitar que
mais de sete a oito mil
jovens e outras pessoas
também que poderão mudar
de residência eleitoral,
pessoas que saíram dos
outros países para São
Tomé, fiquem sem votar
nestas próximas
eleições", alertou
Américo Ramos.
Em 31 de
março, o Presidente
são-tomense, Carlos Vila
Nova, marcou as eleições
legislativas, regionais
e autárquicas para 25 de
setembro, apesar de duas
forças políticas que
integram a governação,
nomeadamente o Movimento
de Libertação de São
Tomé e Príncipe/Partido
Social Democrata (MLSTP/PSD)
e o Partido de
Convergência Democrática
(PCD) terem apelado ao
chefe de Estado para não
oficializar o dia das
eleições logo a seguir à
auscultação dos partidos
para evitar que o país
entrasse "prematuramente
em gestão". JYAF
// JH Lusa/Fim
Diário de São Tomé
e Príncipe - Jornal Transparência | Todo
Direito reservado |Rua
3 de Fevereiro - São Tomé |
São
Tomé e Príncipe|transparencia.st@hotmail.com
- (00239) - 9936802 - 9952092-Webmaster
JS