Governo são-tomense
aponta fraca qualidade
da educação
como “grande desafio
para o Estado”
14.06.2022 -
A
ministra da Educação e
Ensino
Superior são-tomense
assinalou hoje
"progressos notáveis" na
educação, mas considerou
que a "fraca qualidade"
do setor constitui "um
grande desafio para o
Estado" dada a baixa
percentagem de
aprendizagem no país
Julieta Rodrigues falava
na abertura de um
workshop de auscultação
nacional sobre a
educação que vai
decorrer até sexta-feira
no âmbito da preparação
da participação de São
Tomé e Príncipe na
Cimeira de Educação
Transformadora convocada
pelo secretário-geral
das Nações Unidas,
António Guterres para
setembro, em Nova York.
“Em São Tomé e Príncipe
foram alcançados nos
últimos anos progressos
notáveis no setor da
educação onde a taxa de
escolarização aumentou
significativamente”,
começou por destacar a
ministra da Educação
citando estudos que dão
conta que “em 2017, 93%
das crianças em idade
escolar estavam
matriculadas na escola
contra 56% em 2008”.
“Ainda assim o país vem
sentido desigualdades e
fraca qualidade da
educação, situação que
constitui um grande
desafio para o Estado”,
lamentou a governante.
Segundo a ministra da
Educação, em termos de
desigualdades, “as
crianças que vivem em
ambiente cujas as
famílias são
vulneráveis, ou seja, de
baixa renda ou até mesmo
de extrema pobreza não
conseguem frequentar a
escola, nem a pré-escola.”
“À
esta barreira
acrescenta-se muitas
crianças que necessitam
da educação especial e
que ainda não foram
incluídas no sistema de
ensino nacional”,
sublinhou. Por outro
lado, em relação a
qualidade da educação,
Julieta Rodrigues disse
que “o contexto
são-tomense
caracteriza-se por
fracos resultados da
aprendizagem em termos
de literacia e numeracia,
de competências
técnicas, digitais
atualizadas do século
21”.
Dados
do Inquérito dos
Indicadores Múltiplos (MIC’s
2019) citados pela
governante indicam que
“37,1% da população
infantil atingiu um
nível básico de
proficiência, tanto em
leitura como em
matemática”, sendo que
“no norte rural do país
apenas 27% demonstraram
capacidade de leitura” e
nas áreas urbanizadas (Água-Grande
e Mé-zóchi) a taxa é de
42,9%.
“Apenas 35,8% demonstram
competências de
matemática adequadas,
sendo 27% no noroeste
rural e nas zonas
urbanas a taxa é de
42%”, acrescentou.
Segundo a ministra da
Educação e do Ensino
Superior “a pandemia da
covid-19 veio agravar os
problemas que a educação
vinha enfrentando”,
apesar de terem sido
“introduzidas medidas
para facilitar a
aprendizagem a distância
como forma de mitigar os
efeitos da pandemia,
tais como a adoção de
programa de ensino a
distância através da
rádio e televisão”.
“O
Ministério da Educação e
Ensino Superior vê-se na
necessidade de buscar
ferramentas e
financiamentos dos
parceiros para inverter
a situação e tomar
medidas no sentido de
garantir para cada
criança, e não só, uma
boa aprendizagem,
equidade e inclusão para
alcançar os mais
desfavorecidos
arranjando solução para
a educação em situações
de emergência e
contextos frágeis”,
disse Julieta Rodrigues.
A
Cimeira da Educação
Transformadora proposta
pelo secretário-geral da
ONU para setembro, será
precedida por uma
pré-cimeira que se
realizará ainda em junho,
em Paris, França. “Estes
dois momentos constituem
uma oportunidade ímpar
para discutir as
principais
recomendações, ações e
iniciativas de
cooperação global,
impulsionar o
compromisso dos países
com a área educativa com
planos abrangentes para
ajudar a cobrir a perda
dos alunos na
aprendizagem, destacando
algumas práticas
promissoras que visem
acelerar o
desenvolvimento das
metas inscritas nos
Objetivos de
Desenvolvimento
Sustentável até 2030”,
disse o coordenador
residente a Organização
das Nações Unidas (ONU)
em São Tomé e Príncipe,
Eric Overvest.
O
processo de consulta
iniciado hoje conta com
participação de
ex-ministros da
Educação, diretores de
escolas, professores,
alunos, país e
encarregados de
educação, entre os
outros. Segundo o
coordenador residente da
ONU “este processo de
consulta servirá também
para alimentar os
planos e as prioridades
nacionais, bem como o
quadro de cooperação das
Nações Unidas para São
Tomé e Príncipe para os
próximos cinco anos”.
JYAF // SF
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