14.06.2022 - São Tomé e
Príncipe vai ser um dos
quatro países africanos
a entrar no próximo
programa europeu de
cooperação territorial
Interreg Mac 2021 --
2027, que será orçado em
200 milhões de euros,
foi hoje anunciado.
A
informação foi avançada
à imprensa, na cidade da
Praia, pela embaixadora
da União Europeia em
Cabo Verde, Carla Grijó,
na abertura de umas
jornadas de apresentação
dos projetos aprovados
com Cabo Verde no
segundo programa
Interreg Mac 2014 --
2020.
Do
atual programa, que
atrasou por causa da
pandemia da covid-19,
mas tem de terminar até
dezembro de 2023, foram
aprovados 68 projetos,
dos quais 54 têm a
participação de pelo
menos uma entidade
cabo-verdiana, nas mais
diversas áreas. Segundo
a embaixadora, o próximo
programa territorial
Interreg Mac 2021 --
2027 vai ser "mais
ambicioso" e além das
regiões ultraperiféricas
de Espanha e Portugal
(Canárias, Madeira e
Açores) e dos convidados
Senegal, Mauritânia e
Cabo Verde, vai integrar
São Tomé e Príncipe,
Gana, Gâmbia e Costa do
Marfim.
"Dos
países terceiros que têm
agora acesso a este
programa, cinco são
Estados-membros da
CEDEAO (Comunidade
Económica dos Estados da
África Ocidental), e
Cabo Verde como tem sido
um país muito ativo
nesse programa,
coloca-se agora também
numa posição de poder
fazer a ponte com os
restantes países da
região", frisou a
embaixadora, para quem a
experiência de Cabo
Verde "pode ser válida"
também para países que
partilham a mesma língua
(o português), como é o
caso de São Tomé e
Príncipe. Com 200
milhões de euros
financiados pela União
Europeia através do
programa comunitário
Interreg da Cooperação
Transnacional
Macaronésia (MAC), Carla
Grijó considerou que se
trata de um orçamento
"ambicioso", com mais 50
milhões de euros do que
o atual programa que
está na sua fase final
de implementação.
"E
estas jornadas e
encontros como este são
importantes também para
ir calibrando os
interesses de Cabo Verde
e dos restantes países
terceiros", prosseguiu a
mesma fonte, esperando
que Cabo Verde esteja
novamente "na linha da
frente" entre os países
a participar em maior
número de projetos.
Para
Carla Grijó, o programa
é uma forma "muito
concreta" de realizar o
pilar da integração
regional da parceira que
a União Europeia tem com
Cabo Verde desde 2007.
Para o novo programa que
ainda está a ser
finalizado, a
embaixadora da União
Europeia disse que as
principais prioridades
vão para a adaptação
climática e transição
energética, mas também
para a transição
digital.
"E
Cabo Verde aí também
está agora muito bem
colocado", sublinhou,
lembrando que na semana
passada o arquipélago
ligou-se ao cabo
submarino de fibra ótica
EllaLink, que interliga
ainda a Europa à América
Latina. O cabo submarino
EllaLink, com ligações
em terra em Portugal
continental (Sines),
Marrocos, Madeira, Cabo
Verde e Brasil
(Fortaleza, São Paulo e
Rio de Janeiro), tem
quatro pares de fibra
ótica de última geração.
"Também coloca Cabo
Verde numa situação
estratégica
relativamente a estes
projetos na área digital
e os nossos parceiros da
Macaronésia terão isso
em conta no desenho dos
seus projetos",
continuou a embaixadora,
indicando ainda a água
como outra área de
interesse.
O
evento foi presidido
pelo secretário de
Estado das Finanças de
Cabo Verde, Alcindo
Mota, que destacou o
número de projetos com
participação de
instituições
cabo-verdianas,
considerando que isso
demonstra o interesse
das autoridades, do
setor empresarial e da
sociedade civil na
cooperação com Açores,
Madeira e Canária
O
membro do Governo
cabo-verdiano disse
também que o programa
tem permitido a
integração regional, que
é um dos seis pilares da
parceira entre o
arquipélago e a União
Europeia.
Gerido atualmente pelas
ilhas Canárias, o
programa Interreg MAC é
o principal instrumento
com o qual Madeira,
Açores e Canárias,
enquanto Regiões
Ultraperiferias da União
Europeia, contam para
dar resposta aos
desafios comuns que
enfrentam, juntamente
com os países terceiros,
em matéria de inovação,
competitividade,
internacionalização,
desenvolvimento
sustentável e eficiência
na administração
pública.