13.05.2022 - O
presidente do Sindicato
dos Jornalistas
São-Tomenses, Hélder
Bexigas, classificou
hoje como um "atentado à
liberdade de imprensa" a
tentativa de agressão
ocorrida sábado a um
jornalista que cobria a
Gala do Mês da Cultura
na capital do país.
"Éum
atentado à liberdade de
imprensa. Temos no nosso
país, até este momento,
uma democracia e não
existe esse impedimento
da liberdade de
imprensa, liberdade de
expressão e eu gostaria
que continuássemos
assim", disse ao canal
público Televisão
São-Tomense (TVS) o
dirigente sindical.
Em causa
está a tentativa de
agressão e de roubo de
material de trabalho por
um elemento da segurança
do ministro do Turismo e
Cultura, Aerton Rosário,
quando o jornalista
Josimar Afonso, ao
serviço da RSTP -- Rádio
Somos Todos Primos, um
órgão digital privado,
cobria a primeira edição
do evento.
O
jornalista estava a
filmar a conversa entre
o ministro do Turismo e
Cultura com um dos
atores mais
inconformados,
procurando saber o que
se motivou o protesto,
quando um segurança do
governante tentou
impedir a continuação da
gravação e retirou à
força a câmara das mãos
de Josimar Afonso, ao
mesmo tempo que exigia
que este apagasse o
registo.
Segundo o
segurança, o jornalista
não podia filmar o
ministro a não ser que
este autorizasse
previamente a recolha de
imagens e ameaçou
"consequências futuras"
se o material gravado
fosse divulgado
publicamente, disse hoje
à Lusa Josimar Afonso,
que é também
correspondente da
agência de notícias
portuguesa em São Tomé e
Príncipe e trabalha para
o órgão público Rádio
Nacional de São Tomé e
Príncipe e para a
RDP-África.
A ameaça
verbal de agressão e o
roubo do material de
trabalho, posteriormente
devolvido ao jornalista
por pressão de populares
e demais camaradas de
outros órgãos de
comunicação social que
testemunharam o
incidente, veio na
sequência de protestos
de atores e grupos
culturais que criticavam
a ausência de
referências ao teatro e
atores na gala e,
sobretudo, o não terem
tido oportunidade atuar
no evento apesar do
convite nesse sentido.
O evento
decorreu nas instalações
do Arquivo Histórico e
entre a assistência
estava o
primeiro-ministro, Jorge
Bom Jesus. A RSTP
divulgou na
segunda-feira no seu
portal as imagens
gravadas e outros órgãos
de comunicação
estrangeiros noticiaram
o sucedido, tendo o
secretário de Estado da
Comunicação Social,
Adelino Lucas, afirmado
que desconhecia o que
ocorrido.
Nas
declarações à Lusa,
Josimar Afonso disse que
a divulgação pública das
imagens não teve
qualquer consequência
até agora e que foi
contactado
telefonicamente por
Adelino Lucas para saber
o que se tinha passado.
Um assessor do ministro
Aerton Rosário contactou
igualmente Josimar
Afonso para lhe
comunicar que o
governante tinha
interesse em falar com o
jornalista, mas até
agora não houve qualquer
desenvolvimento desse
interesse.
Nas
declarações que fez à
TVS, Hélder Bexigas
disse ter tomado
conhecimento do corrido
pelas redes sociais.
"Para mim é um ato
deplorável tendo em
conta que o profissional
estava lá a fazer o seu
trabalho e acredito que
ele não devia ser,
digamos, ser agredido
como foi", afirmou.
"Para mim
é um ato condenável e as
nossas autoridades
deveriam ou devem ter
atenção a esses aspetos,
porque somos nós os
jornalistas que levamos
as informações para os
telespetadores, para os
ouvintes, para os
leitores.
Se não o
fizermos ou se não
fizermos os trabalhos,
ninguém fica a saber",
acrescentou.
Hélder
Bexigas apelou às
autoridades e aos
seguranças que não
impeçam os jornalistas
de fazerem o seu
trabalho. "Por isso,
neste momento, eu apelo
às autoridades, aos
seguranças que impedem
os jornalistas quando
ele está a fazer o seu
trabalho, porque ele
está lá a cobrir um
evento, alguém o enviou.
Ele não foi fazer de sua
livre e espontânea
vontade e isso está no
direito" à liberdade de
imprensa, vincou.
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