PGR
trabalha com São Tomé
para “descobrir verdade”
sobre
desvio de 30 milhões de
dólares
20.05.2022 - O
procurador-geral da
República angolano disse
que “ainda não foram
constituídos arguidos”
no alegado desvio de 30
milhões de dólares
cedidos por Angola a São
Tomé e adiantou que os
dois países estão a
cooperar para descobrir
a verdade.
“Estamos
a trabalhar e não
podemos ter perspetiva
nenhuma, a nossa única
perspetiva é
descobrirmos a verdade e
depois então dizermos
alguma coisa, estamos a
trabalhar para
descobrirmos a verdade”,
afirmou hoje Hélder
Pitta Grós, questionado
pela Lusa.
O
procurador-geral
angolano, que preferiu
não entrar em detalhes,
assegurou que o trabalho
decorre em conjunto com
a entidade congénere
são-tomense, referindo
não poder descrever "o
que está a ser feito de
concreto”. “Estamos a
trocar informações [com
a Procuradoria de São
Tomé e Príncipe].
A
perspetiva de arquivar
ou não, não lhe posso
dizer porque estamos a
trabalhar”, frisou.
Hélder Pitta Grós disse
também que, em relação a
este caso, a PGR
angolana “ainda não
constituiu arguidos",
salientando que decorrem
trabalhos com todos os
países da Comunidade dos
Países de Língua
Portuguesa (CPLP) sobre
casos análogos. “
Nós
estamos a trabalhar com
todos os países da CPLP
para podermos ver alguns
factos que têm a ver
connosco. Vamos vendo,
cada caso é um caso, e
vamos agindo em
conformidade com isso”,
assegurou. Pitta Grós
falava aos jornalistas à
margem da conferência
internacional sobre
“Recuperação de Ativos”,
que decorreu, em Luanda,
no âmbito das
celebrações dos 43 anos
da PGR de Angola.
A Justiça
são-tomense arquivou o
processo de alegada
corrupção envolvendo o
atual Presidente, Carlos
Vila Nova, e o
ex-ministro Américo
Ramos, no âmbito de um
crédito de 30 milhões de
dólares, enquanto
decorrem trâmites em
Angola, esclareceu esta
terça-feira fonte
judicial. Em declarações
à Lusa, fonte ligada à
investigação adiantou
que o processo foi
dividido em duas partes:
“A parte
relativa a Carlos Vila
Nova e Américo Ramos
culminou com despacho de
arquivamento. Dada a
origem do dinheiro,
outra parte foi remetida
à cooperação
internacional na matéria
penal para Angola, onde
se tem feito um trabalho
conjunto com as
autoridades angolanas”.
Quanto ao
antigo primeiro-ministro
são-tomense Patrice
Trovoada, a PGR de São
Tomé e Príncipe já tinha
determinado em 2019 o
arquivamento, "por
inexistência de indícios
criminais", de dois
processos, incluindo o
chamado caso dos '30
milhões', após
investigação a factos
"que indiciavam
abstratamente a prática
de crimes de corrupção,
peculato, participação
económica em negócio e
abuso de poderes".
A posição
da Procuradoria-Geral da
República de São Tomé e
Príncipe surge um dia
depois de o
primeiro-ministro
são-tomense, Jorge Bom
Jesus, ter pedido à
Justiça para resolver os
escândalos financeiros
que envolvem o
ex-primeiro-ministro
Patrice Trovada e outros
associados ao atual
governo, incluindo a
gestão dos fundos de
covid-19 e a construção
de infra-estruturas Bom
Jesus reagia a uma
notícia publicada pelo
jornalista angolano
Rafael Marques que
voltou a trazer à tona o
alegado caso de
corrupção no montante de
30 milhões de dólares
(28,1 milhões de euros)
envolvendo o antigo
primeiro-ministro
Patrice Trovoada
(2014-2018) e a empresa
China InternationalFund
(CIF).
“Preocupa-me
enquanto cidadão,
enquanto governante,
enquanto patriota que
questões como essas
apareçam constantemente
para beliscar a imagem
de São Tomé e Príncipe,
por isso mesmo eu peço
aos tribunais que todos
esses problemas sejam
rapidamente resolvidos
nas esferas próprias
para que nós possamos
enterrar de uma vez por
todas, todos esses
escândalos financeiros”,
disse o chefe do
Governo. Além desse caso
que envolve Patrice
Trovoada, o
primeiroministro
defendeu que “há que se
apontar os casos
concretos” que
contribuem “para que se
continue a rotular São
Tomé e Príncipe de país
corrupto” e que o
próprio Governo quer ver
esclarecidos.
No seu
blogue ‘Maka Angola’,
Rafael Marques – que
esteve recentemente em
São Tomé e Príncipe –
publicou um artigo
intitulado “Angola e a
Dívida Oculta de São
Tomé”, indicando que em
25 de julho de 2015 –
durante o Governo
chefiado por Patrice
Trovoada e de que Vila
Nova e Américo Ramos
eram ministros,
respetivamente com as
pastas das
Infraestruturas e
Finanças – “a
ChinaSonangolInvestment
transferiu, a partir da
Indonésia, o montante de
10 milhões de dólares
para a conta da
República de São Tomé e
Príncipe no banco
português Caixa Geral de
Depósitos”.
“Esse
valor fazia parte de um
acordo de crédito, no
total de 30 milhões de
dólares, entre o China
InternationalFund (CIF)
e o governo são-tomense.
Osrestantes20 milhões
dedólares
‘desapareceram’,
‘esfumaram-se’,
‘evolaram-se’, e o
governo de São Tomé não
sabe nem como
solicitá-los, nem a quem
pagar a dívida dos 10
milhões de dólares.
Um caso
que é no mínimo
caricato, e que envolve
Angola por intermédio da
[petrolífera estatal]
Sonangol”, acrescentou.
De acordo com a mesma
publicação, o empréstimo
destinava-se à
construção de um novo
centro administrativo e
residências para
funcionários públicos na
capital, São Tomé, e
deveria ser pago até
2036, após cinco anos de
carência, com uma taxa
de juros anual de 1%.
Fonte: Jornal Angola
24 horas
Diário de São Tomé
e Príncipe - Jornal Transparência | Todo
Direito reservado |Rua
3 de Fevereiro - São Tomé |
São
Tomé e Príncipe|transparencia.st@hotmail.com
- (00239) - 9936802 - 9952092-Webmaster
JS