MLSTP-PSD contra crises
institucionais nos
órgãos
de soberania
são-tomenses
08.09.2020
- O principal partido no
Governo são-tomense, o
MLSTP-PSD "exortou" os
órgãos de soberania a
não criarem falsas
crises institucionais e
concentrarem-se no
combate ao tráfico de
drogas, crime organizado
e corrupção no país.
Em comunicado da
comissão politica
enviado domingo à
imprensa, o Movimento de
Libertação de São Tomé e
Príncipe – Partido
Social Democrata diz que
“não existe qualquer
crise institucional no
país, esperando que o
bom senso prevaleça e
que se evite o extremar
de posições,
completamente
descontextualizadas da
situação real que o país
vive”.
Para os
sociais democratas, o
principal problema do
país é o tráfico e
comercialização de droga
em que podem estar
envolvidas “altas
esferas politicas e
judiciais”. Por isso, a
Comissão Política do
MLSTP/PSD “exorta o
Governo a encetar
contactos com países
amigos e organizações
internacionais ligadas
ao combate à droga e
crime organizado, no
sentido de apoiar o país
na luta contra estes
males”.
A Polícia
Judiciária (PJ)
são-tomense deteve, a 28
de Julho, dois cidadãos
de nacionalidade
nigeriana e uma
são-tomense na posse de
cocaína que
desapareceram nas suas
instalações. No dia
seguinte o Ministério
Público pediu à PJ para
entregar os detidos
junto com o processo,
tendo a directora
Maribel Rocha acusado o
Ministério Público de
“expedientes” para
perturbar as
investigações.
A
directora da PJ acusou o
Ministério Público de
“intromissão e
interrupção” de
investigação sobre o
desaparecimento de
drogas para impedir que
a polícia chegasse ao
mandante do crime. Por
seu lado, a
Procuradoria-Geral da
República garantiu em
comunicado que está a
apurar a participação,
“por acção ou omissão”
da directora da PJ no
desaparecimento de
cocaína que estava nas
suas instalações.
A
Comissão Política do
principal partido do
governo expressou seu
“profundo
descontentamento, pelo
facto do móbil deste
desentendimento (entre a
PJ e o MP), ter como
objecto o crescente
consumo e tráfico de
drogas no país, motivo
mais do que suficiente
para convergir os
esforços de todas as
instituições e Órgãos de
Soberania, na luta
contra este flagelo”.
No
comunicado, o MLSTP-PSD
apoia de “forma veemente
a posição do Governo em
retirar confiança ao
Procurador Geral da
República (PGR), pelo
facto de as suas
decisões e posições,
terem vindo a ganhar
contornos de natureza
claramente política”.
O
MLSTP-PSD diz que “há
quase dois anos, o
Procurador Geral mantém
na gaveta, casos de
flagrante corrupção e
desvio do erário
público, praticados por
altos dirigentes do
anterior Governo” e cita
dezenas de queixa-crime
remetido para o MP para
investigação que não
tiveram andamento.
O
presidente da republica,
Evaristo Carvalho em
mensagem a Nação,
quinta-feira, manifestou
“espanto e profunda
indignação” com o
comunicado do conselho
de ministro que “declara
ostensivamente ter
retirado confiança ao
Procurador Geral da
Republica” e disse
esperar que o governo
uma “retratação
imediata”.
Por seu
lado, a Coligação
PCD-MDFM-UDD a segunda
força politica que
sustenta o actual
executivo do primeiro
ministro Jorge Bom Jesus
apoiou a decisão do
governo em retirar a
confiança
Procurador-Geral da
República por entender
que este “não tem vindo
a exercer as suas
funções com a desejável
transparência e isenção
no que conta com a firma
concordância da
Coligação PCD-MDFM-UDD”.
A
Coligação “lamenta e
condena a forma como a
droga tem vindo a
circular e a ser
comercializada no País”,
e “insurge-se igualmente
contra a forma como
alguns traficantes
devidamente
identificados e, em
determinados casos, sob
a barra da justiça,
tenham sido protegidos,
directa ou
indirectamente por
responsáveis políticos
ao mais alto nível”.
Fonte da Presidência da
República são-tomense
disse hoje a Lusa que o
chefe de Estado convocou
para o dia 09 o Conselho
de Estado para analisar
a situação política do
país.