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Reflexão de um encarregado de educação alusivo a primeiro

de Junho a CoviD-19 em São Tomé e Príncipe

02-06-2020 - Primeiro de Junho, dia consagrado às crianças! Fui criança, hoje adulto mas ainda, pela lógica genética, sinto-me criança. Sinto-ma não pela conduta, porque, a meu ver, assim perigaria pelos princípios normativos que regem a sociedade.

Sinto-ma, sim, pela alegria que ainda   me molda e moldará, pela capacidade de relevar as ofensas, que para muitos é ou parece-lhes impossível, porque ensinam-se-lhes a reservar o seu semelhante, o que na minha didáctica é simples, pois zelo pelo contrário. Sim, sinto-ma.

É ambientador, nostálgico, relembro-me Fernando Pessoa, um dos ícones da literatura portuguesa, tinha toda razão, mas é irreversível! Passamos e já não voltamos, somos como as águas do rio, jamais voltarão à sua nascente.

Não estou reivindicando, a querer mudar a lógica da evolução ou passagens da vida, para poder regredir à infância. Pois, sei que isto é impossível, absurdo. Estou a reivindicar, sim, estou, pela ausência de alegria no rosto das crianças, pelo catálogo colorido que o dia transborda, contagiando também os adolescentes, adultos e velhos.

Há uns que até saem, com devido respeito, cambalhotando, rastejando devido as “pólvoras” comemorativas a que autoalvejam-se ou motilam-se, sem merecimento. Mas sem merecimento? 

É verdade, este primeiro de Junho foi catalogado pelo Covid-19, uma pandemia que roubou tudo a todos, desde o mais simples e recuperável, reparável até ao mais complicado e irreparável, a vida. Sinceramente, de entre milhares de crianças, cada uma vai e vai comemorar o dia debaixo do confinamento imposto pelas autoridades?

Gostava de responder, mas posso incorrer-me ao erro, mesmo assim vou tentar para responder que é imposto pelo próprio Covid-19, face a sua natureza, pois é, é viral, muito contagiosa e mortal.

Ó Declaração dos Direitos da Criança, Proclamada pela Resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas n.º 1386 (XIV), de 20 de Novembro de 1959, ó Convenção sobre os Direitos da Criança, CDC, de 20 de Novembro de 1989, devolva o que a circunstancia roubou e negou aos pequeninos.

Criança, sei que tens esperança, sei que deverias saber que os adultos estão ao teu lado, procurando de tudo fazer para te devolver esta alegria para que o mundo tenha mais brilho. Tu és ou vos sóis os precursores.

O caminho de hoje se for mal cavalgado o de  amanhã ser-te-á uma miragem, e assim nada estaríamos a construir a não ser uma egocêntrica felicidade, ou melhor uma sociedade muito enferma se me permitam assim dizer, pelo contrário pedia clemência caso estaria a ser pessimista.

Creio, que um ano não apagará ou ofuscará perpectuamente a tua alegria, nem a tua chama de esperança, tens os teus Direitos e  como costumo dizer não só os Direitos mas também os deveres,a ética e a moral-a filosofia socrática,  fundamental para a vossa longevidade na óptica cultural do país. Sei que dos teus vários Direitos, um dos princípios que regem um deles refere que a criança deve ser protegida contra as práticas que possam fomentar a discriminação racial, religiosa ou de qualquer outra natureza.

Deve ser educada num espírito de compreensão, tolerância, amizade entre os povos, paz e fraternidade universal, e com plena consciência de que deve devotar as suas energias e aptidões ao serviço dos seus semelhantes.

Também sei que é dever da UNICEF velar pelos Direitos da Criança e denunciar as irregularidades a que são submetidas, mas é verdade que esse, primeiro de Junho de 2020, todos somos chamados para auscultar as crianças para que possamos aprender e apreender um pouco com elas, com as diversidades do imprevisível que nos rodeiam, enquanto aguardam pela reabertura das escolas e as aulas um lugar/momento verdadeiramente amigo e companheiro.

Olegnacra Espíríto Santo

 

 

 

 

 

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