Oposição pede ao
Presidente da República
para formar governo
02.011.2018 -
A
oposição em São Tomé e
Príncipe instou ao
Presidente da República
a iniciar auscultações
para formação do
governo, mesmo antes da
tomada de posse da nova
Assembleia Nacional
(parlamento) marcada
para 22 deste mês.
«Transferimos a
responsabilidade ao
Presidente da República,
pelo menos que inicie as
conversações com os
partidos políticos no
sentido da formação de
um governo, mesmo antes
da tomada de posse da
Assembleia Nacional no
dia 22, como manda a
constituição», disse
Jorge Bom Jesus, do
MLSTP-PSD.
«O Presidente tem esta
latitude, mas nada diz
na lei que ele tem de
esperar os 30 dias para
iniciar conversações com
partidos políticos para
formar governo. O país
não pode estar parado a
assistir esse
descalabro, perante a
situação periclitante,
bastante precária ao
nível político,
económico e social»,
acrescentou o
responsável.
Pouco mais de 24 horas
depois da mensagem ao
país do Presidente da
República, Evaristo
Carvalho, a oposição em
conferencia de imprensa
conjunta garantiu não
ter pressa para ascender
ao poder.
«A oposição não tem
pressa de ir para o
poder, nós esperamos
pacientemente quatro
anos, esperamos que o
povo se pronunciasse e o
povo deu uma resposta e
não pode haver autismo
seja do presidente, seja
de quem for». O
Movimento de Libertação
de São Tomé e Príncipe -
Partido Social Democrata
(MLSTP-PSD) e a
coligação PCD-MDFM-UDD
que, que juntos perfazem
uma maioria absoluta de
28 assentos
parlamentares, acusam
Evaristo Carvalho de ser
«cúmplice da situação de
descalabro» que o país
atravessa.
«Alertamos o Presidente,
uma vez mais, para não
cair na teia da
cumplicidade com os
dirigentes do ADI, nós
estamos todos
vigilantes, queremos uma
solução rápida, porque
este povo está cansado e
o seu cansaço, a sua
paciência tem limites»,
refere o líder do
MLSTP-PSD.
«O quadro político mudou
e ninguém pode continuar
a agir como se nada
tivesse acontecido, como
se o povo não se tivesse
pronunciado nas urnas,
com resultados
claramente a favor da
oposição», referiu a
oposição em comunicado
hoje lido, por seu lado,
pelo líder da coligação,
Arlindo Carvalho.
A oposição sublinha que
a mensagem a nação do
chefe de estado
«infelizmente nada teve
de novo», instando
Evaristo Carvalho que
«assuma todas as suas
responsabilidades legais
no quadro da
constituição». As duas
formações políticas
criticam o facto de não
ter havido de qualquer
referência no discurso
do Presidente da
República a ausência do
primeiro-ministro do
país há mais de 20 dias.
«Esperava-se que, no
mínimo, o Presidente da
República pudesse
informar a nação do
paradeiro certo do
primeiro-ministro que
numa atitude de
manifesto desprezo pelo
nosso povo abandonou o
país há mais de 20 dias
sem dar qualquer
explicação», refere a
oposição.
O MLSTP-PSD e a
coligação PCD-MDFM-UDD
dizem «não compreender»
que o primeiro-ministro
cessante, Patrice
Trovoada, «possa passar
tanto tempo fora do país
sem que ninguém dê uma
explicação». Para os
partidos da oposição,
São Tomé e Príncipe
atravessa «uma crise
política institucional
criada pelo líder do
ADI» para a qual o
presidente da república
deve «encontrar uma
solução governativa
sustentável».
«O país está parado, as
instituições adormecidas
e os governantes
ausentes», considera a
oposição, sublinhando
que o executivo de
Patrice Trovoada está
«moribundo, em fim de
mandado e já não pode
tomar decisões de
fundo».
O MLSTP-PSD e a
coligação lamentam ainda
que Evaristo Carvalho
tenha «tentado branquear
no seu pronunciamento
ter tentado branquear a
responsabilidade do
governo de Patrice
Trovoada pela crise
energética vivida no
país».
Na conferencia de
imprensa a coligação
anunciou que recebeu uma
proposta do ADI para um
encontro nos dias cinco
e seis deste mês. «Nós
fizemos uma
contraproposta para o
dia 31 porque se a
preocupação não é de
fato resolver os
problemas deste povo
martirizado, então
conversemos antes»,
disse Jorge Bom Jesus,
sublinhando que «este
diálogo não aconteceu
ontem e até este momento
não temos qualquer
pronunciamento do ADI»,
explicou.
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