Uma promessa de mais
60.000 milhões de
dólares em
investimentos, sem
contrapartidas
políticas, e perdões de
dívida para os países
mais pobres marcaram o
Fórum de Cooperação
China-África (FOCAC),
cuja terceira cimeira
terminou hoje, em
Pequim.
Em causa está um plano
de ação para fortalecer
a cooperação a nível do
comércio, saúde,
indústria e
infraestruturas, em
particular o acarinhado
plano chinês conhecido
como "Nova Rota da
Seda", lançado em 2013
pelo Presidente chinês,
Xi Jinping, e que inclui
a construção de portos,
aeroportos,
auto-estradas ou malhas
ferroviárias ao longo da
Europa, Ásia Central,
África e sudeste
Asiático.
Durante este fórum, o
Presidente Xi Jinping
garantiu que o
investimento de Pequim
não implica "condições
políticas", sendo antes
uma "forma de atingir
prosperidade comum, com
benefícios para ambos os
povos".
O crédito de 60.000
milhões de dólares
(51.000 milhões de
euros) será aplicado no
próximos três anos, no
formato de assistência
governamental e através
do investimento e
financiamento por
instituições financeiras
e empresas.
Deste bolo, 15.000
milhões de dólares serão
disponibilizados em
empréstimos isentos de
juros ou com condições
preferenciais, 20.000
milhões em linhas de
crédito, 10.000 milhões
num fundo especial para
o desenvolvimento de
mecanismos financeiros e
5.000 milhões para
financiar importações
oriundas do continente.
Xi anunciou igualmente
uma isenção de taxas de
juro para a divida
contraída junto do
Governo chinês com
vencimento no final de
2018, de que serão
beneficiários "os países
menos desenvolvidos ou
altamente endividados,
sem costa marítima ou
pequenas nações
insulares, que têm
relações [diplomáticas]
com a China".
O líder chinês
estabeleceu ainda outros
objetivos da cooperação
para os próximos anos,
com a implementação de
50 programas de
assistência para a
agricultura, assistência
humanitária aos países
afetados por desastres
naturais, 50.000 bolsas
de estudo para
estudantes oriundos de
países africanos, apoio
no combate à luta contra
o terrorismo e a
pirataria e criação de
um fundo para
impulsionar a cooperação
em matéria de missões de
paz e manutenção da
ordem.
A cimeira de dois dias
reuniu em Pequim dezenas
de chefes de Estado e do
Governo africanos com o
objetivo de reforçar as
relações entre as 53
nações africanas que
mantêm relações com a
China e o gigante
asiático, mas também
para impulsionar a
cooperação entre os dois
blocos.
O secretário-geral da
ONU António Guterres,
que esteve também no
encontro, afirmou que as
Nações Unidas vão
"continuar a apoiar o
esforço da China na
concretização de
parcerias" e a promover
a cooperação entre os
países africanos e
sustentou que a relação
entre a China e os
países africanos pode
ser crucial para
garantir "uma
globalização justa" e um
desenvolvimento
inclusivo, uma
prioridade para as
Nações Unidas.
A China foi durante o
primeiro semestre de
2018 o maior parceiro
comercial de África,
pelo nono ano
consecutivo com o
comércio bilateral a
aumentar 16%, em termos
homólogos, para 98.800
milhões de dólares
(84.600 milhões de
euros).
Desde 2015, a média
anual do investimento
direto da China no
continente africano
fixou-se em 3.000
milhões dólares (2.500
milhões de euros), com
destaque para novos
setores como indústria,
finanças, turismo e
aviação.