Tchiloli:
Viagem à Europa
23.04.2021 - Em 1973, o
Tchiloli passou por
Portugal, a convite da
Fundação Calouste
Gulbenkian. Saiba tudo
sobre este evento
histórico no último
episódio da série
dedicada à tradição
são-tomense.
Visita do Grupo
"Formiguinha da Boa
Morte" à Fundação
Calouste Gulbenkian,
1973. Fotografia de
Carlos Coelho © Fundação
Calouste Gulbenkian
Visita do Grupo
"Formiguinha da Boa
Morte" à Fundação
Calouste Gulbenkian,
1973. Fotografia de
Carlos Coelho © Fundação
Calouste Gulbenkian.
Antes da apresentação do
espetáculo na Fundação
Calouste Gulbenkian, em
1973, o grupo dos
Formiguinha da Boa Morte
“não dormia”, conta
Amâncio Carvalho. “A
gente ensaiava todos os
dias (…) com figuras
portuguesas aqui para
ver o que está bem, o
que está mal, a maneira
como se senta, a maneira
como se tem de pegar no
garfo e na faca…”.
A aposta da Fundação
Calouste Gulbenkian em
trazer o Tchiloli a
Portugal, segundo Carlos
Wallenstein (diretor da
Secção de Teatro da
Fundação Gulbenkian
entre 1963 e 1990) e
conforme descrito no
catálogo do Ciclo de
Teatro Popular
Tradicional (em 1973),
teve um duplo objetivo:
“provocar, quando
possível, a recriação,
nas próprias
localidades, dos
espetáculos que dantes
ali se reproduziam com
certa regularidade; e
dar a conhecer ao
público da capital, que
não possa deslocar-se
aos lugares onde se
realizam, estas obras de
arte popular que são,
também, valiosos
documentos culturais e
etnográficos”.
Este é o quarto e último
episódio da série
documental dedicada ao Tchiloli –
nome crioulo da peça A
Tragédia do Marquês de
Mântua e do Imperador
Carlos Magno –, uma
das mais importantes
formas de expressão da
cultura africana que
atravessa famílias e
gerações na ilha de São
Tomé.
Com mais de 500 anos de
tradição, o Tchiloli é a
encenação de uma
história de morte e
traição, paixões e
conflitos morais que
entusiasma público e
atores, onde a música, o
movimento e o corpo se
fundem numa
surpreendente expressão
da arte e cultura
africanas. Foi apoiado
várias vezes pela
Fundação Gulbenkian,
sendo, desde janeiro de
2019, apoiado através
do projeto
“(Re)Criar o Bairro”,
da ONGD Leigos para o
Desenvolvimento, que tem
como objetivo a
valorização de produtos
associados ao património
cultural do Bairro da
Boa Morte, em São Tomé,
através das artes
performativas, visuais e
da tecnologia.