MLSTP/PSD diz que não
vai impedir outros
membros de concorrer às
presidenciais mas alerta
para eventuais sanções
26.03.21
- O secretário-geral do
principal partido do
governo garantiu hoje
que o MLSTP-PSD não vai
“impedir outras
candidaturas” (dentro do
movimento) de concorrer
as presidenciais de
julho, ameaçando,
entretanto, com
“sanções” os militantes
não aprovados pelo
Conselho Nacional.
“Estão
livres (de se
candidatarem), mas é
preciso também dizer que
se não acatam
naturalmente aquilo que
são as orientações e
decisões dos órgãos
competentes do partido,
há regras no estatuto
que definem quais são os
passos seguintes”,
ameaçou o secretario
geral, Arlindo Barbosa.
São Tomé
e Príncipe tem eleições
presidenciais em julho e
apenas dentro do
principal partido do
Governo, o Movimento de
Libertação de São Tomé e
Príncipe – Partido
Social Democrata
(MLSTP-PSD) vão
concorrer seis
candidatos, cinco dos
quais pediram apoio
direto do partido que,
entretanto, elegeu
Guilherme Pósser da
Costa num conselho
Nacional realizado no
último sábado.
“Nós não
estamos a impedir outras
candidaturas de se
avançarem, mas é bom que
revejam essa posição e
junto ao partido
trilharmos um melhor
caminho”, acrescentou o
responsável.Aurélio
Martins, um dos antigos
presidentes deste
partido é o único que
não solicitou apoio do
seu partido para
concorrer as
presidenciais.
Dois dos
outros quatro que junto
com Pósser da Costa
solicitaram apoio, mas
não foram escolhidos
pelos conselheiros,
nomeadamente Elsa Pinto,
ex-ministra dos Negócios
Estrangeiros, Cooperação
e Comunidade e
vice-presidente dos
sociais-democratas e
Jorge Amado, antigo
presidente, já
garantiram publicamente
que vão avançar mesmo
sem o apoio do partido,
como independente.
Maria das
Neves, antiga
primeira-ministra
garantiu também que vai
avançar sem o
consentimento do
partido, mas só vai
pronunciar publicamente
sobre o assunto depois
do decreto presidencial
que marcará a data das
eleições.
“O
partido vai apoiar um
candidato e está vedada
a possibilidade de
qualquer outro contactar
as suas estruturas,
nomeadamente distritais,
as organizações sociais
do partido como a
organização das mulheres
(OMSTEP), da juventude (JMLSTP),
a Liga dos Veteranos e a
estrutura regional)”,
frisou Arlindo Barbosa.
O
responsável ameaçou com
sanções todos os
candidatos que avançarem
para o escrutínio sem o
aval do partido.
“Sabemos que a
candidatura as
presidenciais é uma
candidatura unipessoal,
mas o partido tem um
estatuto e quem filia
numa organização deve
submeter-se as suas
regras”, disse. Alguns
desses candidatos
puseram em causa a
transparência na forma
como decorreu o processo
de votação no Conselho
Nacional que deu maioria
absoluta a Pósser da
Costa.
“Estranha-nos camaradas
e dirigentes que
participaram em algumas
deliberações que
conduziram todo este
processo hoje estão a
contestá-lo”, lamentou o
secretario geral do
partido do MLSTP-PSD.
“Quando o
vento não sopra a favor
de determinadas
vantagens, há sempre
tendência de querer
criar na opinião publica
e sobretudo de
militantes a opinião de
que o processo concluiu
com vícios”, acusou,
sublinhando que o seu
partido “distancia-se
desses camaradas que
eventualmente quer pôr
em causa essa
deliberação do Conselho
Nacional”.
lusa