24.02.2021 - São Tomé e
Príncipe registou nas
últimas 24 horas quatro
óbitos associados à
covid-19, o maior número
num dia desde o início
da pandemia, em março de
2020, elevando o total
para 26 mortes, segundo
as autoridades
são-tomenses.
Com estes quatro novos
óbitos, sobe para sete o
número de vítimas
mortais numa semana.
Fonte governamental
reconheceu hoje à Lusa
que é a primeira vez que
São Tomé e Príncipe
regista uma quantidade
"tão elevada de óbitos
num só dia", desde que
surgiu a pandemia em
meados de março do ano
passado.
A porta-voz do
Ministério da Saúde,
Isabel dos Santos, disse
hoje à imprensa que as
quatro vítimas mortais
são todas do distrito de
Água Grande, p mais
populoso do país e
registado pelo
Ministério da Saúde como
sendo uma região de
"muito alto risco".
Os quatro cidadãos
tinham idades entre os
51 e os 81 anos. Além
disso, desde
segunda-feira foram
identificados 27 novos
casos, elevando o total
de pessoas infetadas
pelo novo coronavírus
para 1.655. Destas novas
infeções pelo
SARS-CoV-2, 26 ocorreram
na ilha de São Tomé e
uma na ilha do Príncipe.
Com estes novos números,
aumentou para 358 o
número total de pessoas
sob vigilância
domiciliar, havendo dez
pacientes internados no
hospital de campanha em
São Tomé e 344 em
isolamento domiciliar.
Na ilha do Príncipe não
há pessoas internadas,
mas quatro estão sob
vigilância, em
isolamento domiciliar.
Em São Tomé 14 pessoas
foram dadas como
recuperadas nas últimas
24 horas, elevando o
total de pessoas
recuperadas para 1.271.
Esses quatro óbitos
acontecem menos de 24
horas depois de o
primeiro ministro
são-tomense efetuar uma
visita ao hospital de
campanha instalada no
Centro de Estágios da
Federação São-tomense de
Futebol, na cidade de
São Tomé, e os serviços
sintomáticos
respiratórios do
principal hospital do
país, Ayres de Menezes.
"Temos perdidos alguns
parentes, temos perdido
conterrâneos. Neste
momento já estamos em
mais de 20 mortos, é
muito para uma população
tão pequena como a
nossa", lamentou Jorge
Bom Jesus, que prometeu
"redobrar esforços"
porque "passado um ano,
já não tem justificação"
morrer tanta gente
devido à covid-19.
O chefe do executivo
lamentou também que o
país esteja a registar
"em média 20 a 30 casos
por dia". Jorge Bom
Jesus reconheceu que o
hospital de campanha e
os serviços sintomáticos
respiratórios têm
"dificuldades a vários
níveis".
"Nós estamos numa
situação em que faltam
recursos materiais,
humanos e financeiros",
disse Jorge Bom Jesus,
considerando, contudo,
que, com a experiência
de cerca de um ano de
pandemia no país, os
profissionais de saúde
têm "a obrigação de
fazer melhor do que
dantes". "No passado
estávamos todos nesta
fase de aprendizagem, de
ignorância total, mas
hoje temos todos a
obrigação de fazer um
pouco mais e melhor, com
mais técnica, mais
apropriação da doença",
explicou.
O objetivo de visitar
estas duas instalações
foi o de ver "qual é a
margem de melhoria e os
constrangimentos que
existem". Jorge Bom
Jesus sublinhou a falta
de oxigénio, água,
ventilação como sendo os
principais problemas com
que se confrontam os
dois hospitais e
prometeu "intervir,
ajudar o ministério da
saúde a melhorar" o
funcionamento destes
setores. "O condão da
minha visita é
precisamente para
introduzirmos uma
melhoria.
A saúde é prioridade das
prioridades, vida em
primeiro lugar, o nosso
compromisso é com a
saúde das populações",
defendeu o governante. A
pandemia de covid-19
provocou, pelo menos,
2.474.437 mortos no
mundo, resultantes de
mais de 111 milhões de
casos de infeção,
segundo um balanço feito
pela agência francesa
AFP.
Em Portugal, morreram
16.086 pessoas dos
799.106 casos de infeção
confirmados, de acordo
com o boletim mais
recente da Direção-Geral
da Saúde. A doença é
transmitida por um novo
coronavírus detetado no
final de dezembro de
2019, em Wuhan, uma
cidade do centro da
China.
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