Angola/Eleições: PR de
São Tomé e Príncipe diz
que
se vive um momento
"sensível"
29.08.2022 -
O
Presidente de São Tomé e
Príncipe, Carlos Vila
Nova, reconheceu hoje em
Luanda que o momento que
Angola atravessa é
“sensível” e defendeu
que “o bom senso deve
prevalecer sempre”.
Vila Nova, que falava à
imprensa à saída de uma
reunião com o homólogo
português, Marcelo
Rebelo de Sousa,
referia-se à recusa do
maior partido da
oposição, a União
Nacional para a
Independência Total de
Angola (UNITA), aceitar
a vitória do Movimento
Popular de Libertação de
Angola (MPLA, no poder
desde 1975) nas eleições
gerais de 24 de agosto.
“(O momento) é sempre
sensível. As eleições
são porque devolvemos a
palavra ao povo. O povo
decide e vamos esperar
serenamente que haja a
contagem definitiva,
portanto, seja anunciado
os resultados
definitivos e, em função
disso, felicitar e
desejar às melhores
venturas ao povo irmão
de Angola e a toda a sua
direção”, disse Carlos
Vila Nova.
Quanto à pretensão feita
pela UNITA para a
criação de uma comissão
com participação da
comunidade internacional
para conferir os
resultados das eleições
divulgados pela Comissão
Nacional Eleitoral (CNE),
designadamente a
verificação dos votos
atribuídos às formações
políticas concorrentes,
Carlos Vila Nova
respondeu não ter
acompanhado essa
declaração.
“Confesso
que não acompanhei. Não
tenho informação. O que
eu acho é que o bom
senso deve prevalecer
sempre, dentro do quadro
legal estabelecido para
as eleições. Então, há
instrumentos próprios,
que se pode utilizar e é
que eu acho que deve ser
feito”, respondeu.
Quanto ao
encontro com Marcelo
Rebelo de Sousa, Carlos
Vila Nova disse que os
encontros com o
Presidente português
“correm sempre bem”.“Com
o Presidente Marcelo
corre sempre bem e
aproveitamos sempre para
abordar questões de cada
um dos nossos países. Há
questões também de
âmbito Internacional,
nesse caso concreto,
muito ligados a Angola e
à situação eleitoral que
se vive”, disse.
“Estamos
todos satisfeitos com a
forma como decorreram as
eleições e esperamos, de
facto, que a democracia
continue a vencer.
Queremos todos continuar
a viver em democracia”,
reiterou.Segundo dados
divulgados pela CNE,
quando estavam
escrutinados 97,03% dos
votos das eleições
realizadas na passada
quarta-feira, o
Movimento Popular de
Libertação de Angola (MPLA,
no poder desde 1975)
obteve 3.162.801 votos,
menos um milhão de
boletins escrutinados do
que em 2017, quando
obteve 4.115.302 votos.
Já a
União Nacional para a
Independência Total de
Angola (UNITA) registou
uma grande subida,
elegendo deputados em 17
das 18 províncias e
obtendo uma vitória
histórica em Luanda, a
maior província do país,
conseguindo até ao
momento 2.727.885 votos,
enquanto em 2017 obteve
1.800.860 boletins
favoráveis.No entanto, o
líder da UNITA,
Adalberto Costa Júnior,
contestou na sexta-feira
a vitória do MPLA e
pediu uma comissão
internacional para
comparar as atas
eleitorais na posse do
partido com as da CNE.
EL (RCR/PJA) // VM