26.07.2022 -
A ministra dos Negócios
Estrangeiros e Cooperação de
São Tomé e Príncipe, Edite
Ten Jua, afirmou que o seu
país quer entrar numa era de
cooperação económica com
Moçambique, visando
capitalizar os sólidos laços
políticos e históricos
bilaterais.
"A supressão
de vistos tem várias
dimensões. Tem a dimensão do
turismo, que permite e
proporciona visitarmo-nos.
Tem a componente
empresarial, na medida em
que facilita maior
mobilidade aos homens de
negócios", disse a
governante são-tomense, em
entrevista divulgada hoje
pelo jornal Notícias, diário
de maior circulação em
Moçambique, referindo-se à
recente assinatura do acordo
de supressão de vistos entre
os dois países.
A chefe da
diplomacia são-tomense
avançou que São Tomé e
Maputo têm agora bases para
entrarem numa fase de maior
intercâmbio económico e
comercial, aproveitando o
potencial que detêm nos mais
variados domínios.
"Está criado
mais um espaço onde é
possível fazer intervenção.
Isso facilitará os pequenos
comerciantes e aquela
economia mais informal que
tem o seu peso, a sua grande
importância. Essa
possibilidade de pessoas
poderem vir a Moçambique ou
irem a São Tomé e
identificar eventuais nichos
de mercado, de trocas
comerciais, tem a sua
vantagem e a sua
importância", destacou Edite
Ten Jua.
A
governante apontou a
experiência que o seu país
tem na produção e exportação
de café e o facto de
Moçambique ter também
começado a apostar neste
produto como um campo em que
os dois países podem
cooperar na área económica.
A pesca,
prosseguiu, é outra esfera
em que os dois países podem
interagir. "Tem de haver
mais estímulo para que
possamos consumir 'Made in
Africa'. Aquilo que é
produzido em África tem de
ser mais disseminado entre
os países africanos",
declarou a diplomata, que
viveu e trabalhou em
Moçambique.
Na área
política, há uma cooperação
sólida, catapultada pelos
laços históricos derivados
do facto de os dois países
terem sido colonizados por
Portugal e pertencerem à
Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP) e
aos Países Africanos de
Língua Portuguesa (PALOP).
Edite Ten Jua assinalou que
muitos quadros são-tomenses
fizeram os estudos
universitários em Moçambique
e tantos outros continuam a
formar-se no país da África
Austral.
PMA // JH
Lusa/Fim
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