Juventude do MLSTP/PSD
responsabiliza PR
são-tomense
pela falta de
recenseamento
15.07.2022 - A juventude
do Movimento de
Libertação de São Tomé e
Príncipe/Partido Social
Democrata (MLSTP/PSD)
responsabilizou hoje o
Presidente da República
pela não realização do
recenseamento eleitoral,
acusando-o de agir como
militante do partido da
oposição.
A
organização juvenil do
partido do
primeiro-ministro, Jorge
Bom Jesus disse que tem
acompanhado "atentamente
as diligências e
manobras ludibriadoras"
despoletadas pela
juventude da Ação
Democrática Independente
(ADI, posição) e pelo
Presidente da República
face à polémica sobre a
atualização dos cadernos
eleitorais para as
eleições legislativas,
regional e autárquicas
previstas para 25 de
setembro.
"É o
Presidente da República
Carlos Vila Nova que não
quis que houvesse
recenseamento eleitoral
para os novos eleitores
jovens e cabe ao
Presidente todas as
responsabilidades
inerentes a esta
situação", afirmou o
presidente da Juventude
do MLSTP/PSD, Gilson
Leite, assegurando que
esta organização e o
próprio partido não têm
"nada contra a
realização do
recenseamento dos novos
eleitores".
Gilson
Leite reafirmou um dos
argumentos apresentado
no mês passado pelo
líder parlamentar do
MLSTP/PSD, Danilo
Santos, considerando que
a marcação da data das
eleições pelo Presidente
da República e a
distribuição dos
mandatos eleitorais pelo
Tribunal Constitucional
"veda a possibilidade
legal para a realização
do recenseamento nesta
altura".
"Gostávamos de perguntar
ao Presidente da
República, que na nossa
opinião tem agido como
presidente e companheiro
da ADI, quais os
pressupostos eleitorais
que usou para marcar as
eleições? O Presidente
da República não sabia
que ainda não estavam
criadas as condições
para a marcação das
eleições", questionou
Gilson Leite.
O
porta-voz da juventude
do MLSTP/PSD considerou
que "ficou patente que o
Presidente da República,
na qualidade de
militante da ADI, usou
má-fé querendo assim
desestabilizar e
colocando pressão ao
executivo aquando da
marcação das eleições
com seis meses de
antecedência, sem ouvir
a Assembleia Nacional, o
Governo e a Comissão
Eleitoral".
Na
perspetiva dos jovens do
MLSTP/PSD o chefe de
Estado demonstrou "uma
atitude empáfia rasgando
um dos princípios
constitucionais que é o
da cooperação
institucional entre os
órgãos de soberania, num
cenário nunca antes
visto na história da
democracia" são-tomense.
No entanto, Gilson Leite
assegurou que o MLSTP/PSD
continuará dentro das
margens legais "a
advogar para que esta
situação seja
devidamente enquadrada e
solucionada de uma vez
por todas", mas
desaconselhou "joguinhos
políticos que nada
servem a juventude, nem
ao país".
"Toda
essa movimentação que a
ADI está a fazer não é
nada menos do que tirar
proveito político,
sabendo que legalmente
não é possível e nós
todos sabemos [...] o
próprio presidente da
Comissão Eleitoral já
saiu publicamente a
dizer que, em termos de
prazos materiais, não é
possível realizar o
recenseamento", afirmou.
A
juventude da ADI
convocou os jovens
são-tomenses para uma
manifestação pacífica na
sexta-feira em protesto
para exigir o
recenseamento eleitoral
de "cerca de oito mil
jovens" no país e na
diáspora. Em conferência
de imprensa dada na
quarta-feira o
vice-presente da
juventude da ADI, Pedro
Carvalho, lamentou "o
silêncio de algumas
organizações juvenis
partidárias e não só",
incluindo o Conselho
Nacional da Juventude
"que até hoje não se
pronunciou sobre essa
temática".
"Nós não
achamos que uma
manifestação nesta
altura seria a mais
ideal, porque nos
deveríamos sentar e
discutir o assunto e
depois para partimos
para estes tipos de
expedientes que na nossa
opinião nesta altura não
seriam a solução",
reagiu hoje o presidente
da juventude do MLSTP/PSD.
Na terça-feira, o
Presidente são-tomense,
Carlos Vila Nova, voltou
a insistir na
necessidade da
atualização do
recenseamento eleitoral
antes das legislativas
de 25 de setembro, sob
pena de se verificar
"uma violação grosseira
e uma grave afronta" à
Constituição e "demais
normas da República".
No seu
discurso por ocasião dos
47 anos da independência
de São Tomé e Príncipe
assinalados em 12 de
julho, Carlos Vila Nova
sublinhou que "impõe-se
aos atores políticos,
que, com toda a lucidez,
coloquem o interesse
nacional acima dos
interesses partidários e
dos interesses
pessoais", realçando que
"a nenhum cidadão deve
ser coartado o direito
constitucional de voto".
"Peço o
empenho de todos a fim
de que esse direito seja
assegurado aos
são-tomenses, sem
hesitações e sem
reservas", sublinhou o
chefe de Estado
são-tomense. O juiz José
Carlos Barreiros, que
preside à CEN, afirmou
em junho que "é a
própria lei que
determina que tendo sido
marcadas as eleições com
base no caderno em
vigor", as mesmas serão
realizadas com base nos
dados existentes.
Para as
eleições presidenciais
de 2021 estavam
inscritos 123.301
eleitores, sendo 108.609
em São Tomé e Príncipe e
14.692 na diáspora.
JYAF // VM Lusa/Fim
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