O embaixador do projecto
Tatô vence prémio da
conservação da natureza
em África
08.12.2020 -
“Pai das tartarugas” num
projecto dirigido por
biólogas portuguesas
vence prémio O Prémio de
Conservação Tusk, da
Fundação Príncipe
William, foi atribuído a
Hipólito Lima,
embaixador do projecto
Tatô em S. Tomé e
Príncipe.
Hipólito Lima foi o
vencedor do Prémio de
Conservação Tusk
atribuído esta
quinta-feira pela
Fundação Príncipe
William e que distingue
pessoas que se dedicam a
esforços de conservação
da natureza em África.
Este guarda-florestal é
hoje o rosto do projecto
Tatô, um programa de
protecção das tartarugas
marinhas e que tem três
biólogas portuguesas na
sua equipa coordenadora.
O trabalho de quase três
décadas de Hipólito Lima
em defesa desta espécie
mereceu o prémio no
valor de 100 mil libras
(cerca de 110 mil
euros), que serão
investidas no projecto
que tem como directora a
bióloga marinha Betânia
Ferreira.
“Dedicou 26 anos da sua
vida à conservação das
tartarugas marinhas como
guarda-florestal,
protegendo as fêmeas de
tartarugas marinhas e os
seus ninhos,
monitorizando as praias
de nidificação,
treinando os
guardas-florestais
locais, e capacitando as
comunidades locais em
guardiões das tartarugas
marinhas e líderes de
conservação”, lê-se no
texto de apresentação do
vencedor do Prémio Tusk
de 2020 para a
Conservação em África.
Citado no site oficial
dos Prémios Tusk,
Hipólito Lima explica a
sua dedicação e entrega
a esta causa: “Penso
muito nas tartarugas
como seres humanos,
porque têm a mesma
esperança de vida.
Quando uma tartaruga
marinha sai da água para
fazer o seu ninho, é
como uma mulher a dar à
luz uma criança.” Entre
outras metas importantes
do trabalho projecto
Tatô que contou com o
empenho de Hipólito Lima
destaca-se um dado
revelador:
“Há dez anos, nesta
altura da época, já
tínhamos 50 ou 70
tartarugas marinhas a
serem mortas. Hoje em
dia, não temos sequer
uma.” Na distinção
atribuída pela Coroa
britânica e, mais
precisamente, pelo
Príncipe William,
afirma-se ainda que “a
liderança e capacidade
de comunicação” de
Hipólito Lima “têm sido
decisivas no lobby junto
do Governo nacional para
o estabelecimento de
legislação que
proporcionasse alguma
medida de protecção para
as tartarugas marinhas
no arquipélago”. E
sustenta-se:
“Em 2014, o primeiro
quadro jurídico nacional
para proteger as
populações de tartarugas
marinhas foi finalmente
decretado.” “O Prémio de
Conservação Tusk
reconhece o esforço e
dedicação de líderes de
conservação em África,
pela sua bravura e
feitos no terreno,
arriscando a sua vida
dia e noite, na linha da
frente da conservação.
Este prémio desempenha
um papel importante na
missão de preservar a
preciosa vida selvagem
em África, enaltecendo o
seu trabalho com a vida
selvagem e comunidades
africanas e
salvaguardando um futuro
para todos nós”, celebra
o site oficial do
Projecto Tatô. É também
aqui que Hipólito Lima é
chamado “o nosso pai das
tartarugas marinhas em
São Tomé e Príncipe” e,
por isso, o finalista
que recebe o prémio como
embaixador dos esforços
de conservação do
Programa Tatô na ilha de
São Tomé.