Navio registado em São
Tomé é parte de
operação para violar
sanções ao Irão
04.09.2024 -
WASHINGTON — Um navio
petroleiro envolvido
numa recente colisão ao
largo da Malásia está
registado em São Tomé e
Príncipe e, é usado para
violar as sanções
impostas ao Irão,
revelou o diário
Washington Post.
O navio
Hafnia Nile após colidir
com o petroleiro
registado em São Tomé
Ceres I. Navio viola
normas de localização
que poderão ter levado a
colisão com outro
petroleiro
O navio Ceres I esteve
envolvido numa colisão
com outro a 19 de Julho
causando “danos
significativos” em ambos
os navios e analistas da
navegação marítima
disseram que isso se
deveu ao fato de a
embarcação registada em
São Tomé estar a
transmitir dados falso
de localização nos
canais usados
internacionalmente para
se localizar navios.
O Washignton Post disse
que o Ceres I faz parte
de uma frota de
petroleiros “a operar
fora das regulamentações
internacionais para
alimentar o apetite da
China por petróleo alvo
de sanções”. O Ceres I
operando com a bandeira
de São Tomé, esteve em
águas iranianas em março
e depois iniciou uma
viagem para a China
“durante a qual em
várias ocasiões não era
detetado através de
frequência de rádio”.
Foi na sua viagem de
regresso da China a
caminho da Malásia que o
navio chocou com o Hafia
Nile e um perito disse
ao Washington Post que
se o Ceres I não tivesse
já esvaziado o seu
carregamento na China
ter-se-ia dado “uma
catástrofe”.
Ao abrigo das leis
internacionais os
petroleiros são
obrigados a transmitir a
sua localização através
do seu Sistema
Automático de
Identificação (AIS na
sigla inglesa) para
poderem ser localizados
por outros navios, mas
as embarcações
envolvidas no
contrabando de petróleo
iraniano e da Rússia
falsificam esses dados.
Para além disso, o navio
registado em São Tomé
está a operar para além
dos prazos operacionais
considerados seguros
pelos operadores de
petroleiros.
O Ceres 1 foi lançado ao
mar em 2011 “e tem
estado a operar para
além do limite de 15 a
20 anos que os
operadores de
petroleiros impõem por
razões de
segurança”.“Nos últimos
cinco anos tem estado a
operar sob quatro
bandeiras diferentes,
mais recentemente sob
registo de São Tomé e
Príncipe, um país ilha
africano conhecido por
ter tarifas baixas de
registo e supervisão
vaga”, disse o
Washington Post.
(VOA
Português)