Trocas comerciais da
China com PALOP sobem
22% para 12,3 mil ME até
junho
02.09.2024 -
As trocas comerciais
entre a China e os
países africanos
lusófonos subiram, em
média, 22% no primeiro
semestre deste ano, para
13,7 mil milhões de
dólares (12,3 mil
milhões de euros),
segundo dados da
alfândega chinesa.
O volume
de 13,7 mil milhões de
dólares em trocas
comerciais é liderado
por Angola, o maior
parceiro económico da
China no continente,
muito por efeito da
venda de petróleo
angolano ao gigante
asiático, que valeu a
quase totalidade das
exportações de Angola
para a China, num total
de 10,6 mil milhões de
dólares, (cerca de 9,5
mil milhões de euros).Já
as exportações da China
para Angola valeram
apenas 1,5 mil milhões
de dólares.
Em
segundo lugar entre os
maiores parceiros
chineses nos lusófonos
africanos está
Moçambique, que vendeu
721 milhões de dólares
em bens e serviços, e
comprou o equivalente a
1,6 mil milhões de
dólares.
Na
comparação entre o
primeiro semestre deste
ano e o período homólogo
do ano passado,
constata-se, segundo os
dados das autoridades
chinesas, uma subida de
22% nas trocas
comerciais, tendo
havido, ainda assim, uma
quebra de 12,8% e 6% nos
casos da Guiné
Equatorial e de
Moçambique,
respetivamente.
O aumento
das trocas comerciais
dos países lusófonos com
o 'gigante asiático'
reflete um objetivo da
China de aumentar não só
o relacionamento
comercial com África,
mas principalmente o
volume de importações,
para contrapor à crítica
de desequilíbrio na
balança comercial a
favor da China.
Em 2021,
no mais recente Fórum
sobre a Cooperação
China-África (FOCAC), a
China prometeu aumentar
as importações de
produtos africanos para
300 mil milhões de
dólares (271 mil milhos
de euros) até 2024,
acima dos 275 mil
milhões de dólares
exportados nos três anos
anteriores, ou seja,
entre 2019 e 2021.
"Não
sendo uma meta demasiado
ambiciosa, foi
importante, primeiro
porque foi a primeira
meta de importações
africanas, e depois
porque foi o primeiro
objetivo de importações
africanas estipulado por
qualquer parceiro de
desenvolvimento",
escreveu a analista
Rosie Wigmore, da
consultora Development
Reimagined, num dossier
especial feito em
conjunto com a revista
African Business.
No
artigo, a propósito de
mais um FOCAC, que vai
decorre esta semana em
Pequim, a analista diz
que faltam apenas 14 mil
milhões de dólares para
a meta ser atingida.
Destaca,
contudo, que apesar de
ter havido um aumento
das exportações
africanas para a China,
as compras dos africanos
cresceram mais depressa,
agravando o défice da
balança comercial."A boa
notícia é que a meta
deve ser cumprida, mas a
má notícia é que desde
2022 o défice comercial
na verdade agravou-se,
de 39 mil milhões de
dólares em 2021 (35,24
mil milhões de euros)
para 63 mil milhões de
dólares (56,9 mil
milhões de euro) em
2023", escreve Rosie
Wigmore.
No ano
passado, acrescenta, 83%
do volume das
exportações para a China
foram feitas por apenas
oito países, todos eles
ricos em recursos
naturais.
Entre as
medidas que os líderes
africanos e chineses
podem aprovar esta
semana em Pequim, a
analista sugere
mecanismos para
financiar os bancos
africanos, diminuir as
taxas alfandegárias e
aproveitar as
potencialidades do
acordo de livre comércio
continental em África.
O FOCAC
9, com o lema 'Unir as
Mãos para avançar a
modernização e construir
uma comunidade de alto
nível sino-africana com
um futuro partilhado',
realiza-se de 4 a 6 de
setembro em Pequim, com
reuniões preliminares já
hoje, e contará com a
presença do Presidente
chinês, Xi Jinping.
Trata-se
de "uma plataforma para
um diálogo coletivo,
unindo a China com a
Comissão da União
Africana e com os 53
países africanos que
mantêm relações
diplomáticas com a
China", segundo o
Ministério dos Negócios
Estrangeiros chinês.
MBA //
ANPLusa/Fim