São Tomé defende um
Conselho de Segurança
"mais representativo e
eficaz"
27.09.2024 -
O Presidente de São Tomé
e Príncipe, Carlos Vila
Nova, defendeu hoje
necessidade de reforma
do Conselho de Segurança
(CS) das Nações Unidas,
tornando-o "mais
representativo e eficaz
na sua missão de manter
a paz e segurança
global".Essa reforma,
acrescentou o chefe de
Estado no seu discurso
na 79.ª Assembleia-Geral
da ONU, deve ainda tomar
em consideração "a
necessidade de se pensar
África como parte do
todo".
"O mundo multipolar em
que hoje vivemos exige
uma ONU mais inclusiva e
dinâmica", afirmou Vila
Nova."Não podemos
continuar com um CS que
reflita as estruturas do
poder de 1945, um
período em que a maioria
dos atuais Estados
africanos ainda estavam
sob o domínio colonial
e, por isso, sem voz nos
assuntos
internacionais",
acrescentou.
Esta "sub-representação
do continente está
igualmente presente
noutras estruturas de
governança global, como
são as instituições
financeiras
internacionais", apontou
o Presidente
são-tomense, pelo que
"urge que se altere".
Carlos Vila Nova iniciou
o seu discurso
sublinhando a
vulnerabilidade
particular de São Tomé e
Príncipe às alterações
climáticas, apontando o
"imperativo" da
comunidade internacional
reforçar os seus
compromissos com o
acordo de Paris e
assegurar que "as vozes
das nações mais afetadas",
como a são-tomense,
"sejam ouvidas e
integradas em ações
concretas".
"Precisamos de ações
concretas e imediatas",
reforçou o chefe de
Estado. "Exortamos os
maiores emissores a
cumprir as suas
obrigações históricas e
morais, reduzindo
drasticamente as suas
emissões e honrando o
financiamento prometido
aos países em
desenvolvimento, que
estão a pagar o preço de
uma crise que não
causaram", concluiu.
Nunca os países
emissores honraram o
compromisso assumido em
2009 de destinar 100 mil
milhões de dólares por
ano aos países mais
afetados pelas mudanças
climáticas, não obstante
estas representarem "a
maior ameaça
existencial" às suas
populações, como
sublinhou Vila Nova.
Os países em
desenvolvimento exigem
compromissos concretos
sobre uma reforma das
instituições financeiras
internacionais, para
facilitar o acesso ao
financiamento
preferencial para lidar
com desafios como os
impactos das alterações
climáticas, um dos temas
que deverá marcar os
trabalhos na 29.ª
conferência das Nações
Unidas sobre alterações
climáticas (COP29), em
novembro, em Baku,
capital do Azerbaijão.
"Apelamos a uma expansão
dos mecanismos de
financiamento para
adaptação, pois
precisamos de fortalecer
a nossa resiliência",
afirmou o Presidente
são-tomense.
Carlos Vila Nova
encerrou o seu discurso
fazendo "eco de um apelo
que ressoa [na]
assembleia há décadas: A
necessidade de pôr fim
ao bloqueio económico,
comercial e financeiro
imposto contra a
República de Cuba".
O Presidente sublinhou
que o bloqueio "está
ultrapassado e [é]
contrário aos princípios
da coexistência pacífica
e da solidariedade entre
as nações"."O povo
cubano tem demonstrado
resiliência, mas é hora
da comunidade
internacional, em
particular as Nações
Unidas, intensificar os
seus esforços para que
essa injustiça seja
corrigida em nome da paz
e da dignidade humana",
afirmou.
Finalmente, Vila Nova
reafirmou o apoio de São
Tomé e Príncipe a
Marrocos, felicitando o
país do norte de África
pelas "iniciativas
políticas envolvidas na
busca de uma solução
pacífica e credível para
o diferendo" do Sara
Ocidental, que opõe
Rabat ao povo sarauí e à
Frente Polisário.
Lusa