PR de São Tomé e
Príncipe em visita de
Estado a Cabo
Verde a partir de
domingo

09.03.2023 -
O Presidente de São Tomé
e Príncipe, Carlos Vila
Nova, inicia no domingo
uma visita de Estado de
quatro dias a Cabo
Verde, durante a qual
receberá a Ordem Amílcar
Cabral, segundo a
Presidência
cabo-verdiana.
Esta
deslocação chegou a
estar prevista para
iniciar-se a 26 de
novembro passado, mas
foi então cancelada
devido à tentativa de
golpe de Estado em São
Tomé e Príncipe nos dias
anteriores.
A visita,
de acordo com informação
da Presidência da
República de Cabo Verde,
vai envolver um programa
distribuído entre as
ilhas de Santiago e de
São Vicente,
inserindo-se “no quadro
dos laços históricos, de
amizade e cooperação que
unem os dois povos e
países”, traduzindo “o
elevado patamar das
relações e os vínculos
mais genuínos de
irmandade e
consanguinidade”
marcados “por um passado
comum”.
O
programa oficial da
visita de Carlos Vila
Nova arranca na manhã de
segunda-feira, 13 de
março, com a receção
pelo homólogo
cabo-verdiano, José
Maria Neves, no Palácio
Presidencial, na Praia,
seguindo-se um encontro
entre ambos, a cerimónia
de condecoração e uma
conferência de imprensa.
A
distinção com a Ordem
Amílcar Cabral, explica
a Presidência da
República, representa um
“gesto de reconhecimento
pela singularidade dos
laços” entre os dois
povos e “o empenho,
sentido de liderança e
revigorante aposta do
chefe de Estado
são-tomense no
fortalecimento das
relações” e “o seu
contributo para uma cada
vez melhor inserção da
comunidade
cabo-verdiana” que
reside naquele país.
Ainda na
segunda-feira, o
Presidente de São Tomé e
Príncipe será acolhido
em sessão solene da
Assembleia Nacional e
receberá as chaves da
cidade da Praia, nos
Paços do Concelho, além
de depositar uma coroa
de flores no Memorial
Amilcar Cabral.
À tarde,
Carlos Manuel Vila Nova
reúne-se com o
primeiro-ministro de
Cabo Verde, Ulisses
Correia e Silva, antes
de visitar algumas
instituições na capital
cabo-verdiana. Na
terça-feira cumpre um
programa ao interior da
ilha de Santiago, com
deslocações ao Museu da
Resistência, no ex-Campo
de Concentração do
Tarrafal, e à
Universidade de
Santiago, encontrando-se
mais tarde, já na Praia,
com a comunidade
são-tomense residente em
Cabo Verde.
Na
quarta-feira, o chefe de
Estado desloca-se a ilha
de São Vicente, onde
recebe as chaves da
cidade do Mindelo,
visita o Porto Grande, o
Centro Nacional de Arte
e Design, a Universidade
Técnica do Atlântico, a
Frescomar e o Centro
Oceanográfico. Cabo
Verde e São Tomé e
Príncipe mantêm um
“importante quadro de
cooperação bilateral”,
recorda a Presidência
cabo-verdiana, a qual
abarca setores como a
Educação, a Saúde, a
Justiça, as Pescas, a
Agricultura, além das
Novas Tecnologias,
Economia Digital,
Governação Eletrónica,
Turismo, Administração
Pública, mas também ao
nível do setor privado.
No texto
do decreto que em
novembro aprovou a
atribuição da Ordem
Amílcar Cabral, primeiro
grau, ao Presidente
Carlos Vila Nova, o
chefe de Estado
cabo-verdiano afirmava
que “São Tomé e Príncipe
e Cabo Verde são dois
arquipélagos irmãos”,
unidos por “um percurso
histórico secular, feito
de suor, dor e sangue,
mas também de esperança,
de alegrias partilhadas
e, sobretudo, da comum
determinação de
conquistar o direito a
ser donos do seu próprio
destino, num contexto de
liberdade, de dignidade
e de autodeterminação e
soberania”.
José
Maria Neves já atribuiu
esta medalha em março do
ano passado, durante a
visita de Estado à
Praia, ao Presidente de
Angola, João Lourenço,
enquanto o seu
antecessor, Jorge Carlos
Fonseca, concedeu o
mesmo galardão em 2021 a
Umaro Sissoco Embalo,
Presidente da
Guiné-Bissau.
Ainda no
mesmo decreto, José
Maria Neves recordava
“as circunstâncias
dramáticas em que muitos
cabo-verdianos e
cabo-verdianas foram
levados a partir para as
chamadas terras do sul”,
numa “verdadeira
emigração forçada então
empreendida pelas
autoridades coloniais,
abriram caminho a uma
convivência humana em
que, de sol a sol, ombro
a ombro, são-tomenses e
cabo-verdianos passaram
a enfrentar juntos as
agruras desses tempos de
todas as privações”.
A
presença em São Tomé e
Príncipe “de uma
relevante comunidade de
cabo-verdianos e seus
descendentes, já na
quarta geração, reforça
ainda mais esta profunda
ligação” entre os dois
povos e Estados,
“estimulando e
facilitando
entendimentos
convergentes sobre as
metas a alcançar no
relacionamento
bilateral, bem como
sobre problemáticas e
desafios globais na
arena internacional, com
especial enfoque
naqueles que mais
diretamente afligem os
Pequenos Estados
Insulares em
Desenvolvimento”, refere
ainda.
A
Semana com Lusa