Instabilidade militar,
fome e livre-comércio em
destaque
na
cimeira da União
Africana

17.02.2023 - A cimeira
de chefes de Estado e de
Governo, entre 18 e 19
de fevereiro, vai
analisar um relatório
sobre as atividades do
Conselho de Segurança (CPS)
da organização e o
estado de paz e
segurança em África, bem
como um documento
estratégico sobre
governação política,
financeira e energética
global, a ser
apresentado pelo
Presidente senegalês,
Macky Sall.
A
situação militar vai
também estar em foco,
depois de, no ano
passado, os governos de
quatro países-membros,
Mali, Guiné-Conacri,
Sudão e Burkina Faso,
terem sido suspensos da
União Africana (UA), na
sequência de golpes de
Estado.
As
questões relacionadas
com a crise alimentar
mundial, as alterações
climáticas e a zona de
comércio livre
continental são outros
temas fortes da cimeira,
que vai ainda eleger o
sucessor do Senegal na
presidência da (UA).A
situação no leste da
República Democrática do
Congo, com conflitos
tribais e a presença de
uma missão da UA, será
também debatida, já que
o governo de Kinshasa
acusa o vizinho Ruanda
de apoiar os rebeldes.
A
instabilidade na
República
Centro-Africana e no
Mali, onde atua o Grupo
Wagner, mercenários
apoiados pelo Kremlin, e
a crise no norte de
Moçambique, palco de
ataques de extremistas
islâmicos, são outros
temas associados à
insegurança no
continente.
"Verificamos, hoje em
dia, que há uma certa
urgência em
trabalharmos, entre
europeus e africanos, em
várias temáticas,
sobretudo na área da paz
e da segurança, Golfo da
Guiné, Sahel, República
Centro-Africana, temas
em que estamos muito
envolvidos e também
muito candentes aqui na
União Africana", disse à
Lusa João Gomes
Cravinho.
Atualmente, a "arquitetura
de segurança" africana
"está muito
fragilizada", reconheceu
o ministro, que esteve
já reunido com o
comissário da UA para a
Paz e a Segurança,
Bankole Adeoye. Do
comissário, Cravinho
ouviu o desejo de
"soluções africanas para
problemas africanos",
mas também o pedido de
"apoio de países como
Portugal e de
instituições como a
União Europeia" aos
esforços de pacificação.
Da parte
dos países lusófonos,
está prevista a
participação dos chefes
de Estado da
Guiné-Bissau, Umaro
Sissoco Embaló, Cabo
Verde, José Maria Neves,
e Moçambique, Filipe
Nyusi.E estarão
presentes os chefes das
diplomacia de Angola,
Tete António,
Guiné-Bissau, Suzi
Chaves, Moçambique,
Veronica Macamo, São
Tomé e Príncipe, Alberto
Pereira, e Guiné
Equatorial, Simeón Oyono
Esono.
(lusa)