Governo são-tomense
pede apoio da UE para
aplicar recomendações
de relatório sobre
eleições

24.01.2022 - O
chefe da diplomacia de
São Tomé e Príncipe
disse hoje que o país
vai precisar do apoio
dos parceiros para
adotar algumas
recomendações do
relatório final da
missão de observadores
da União Europeia (UE)
às eleições
presidenciais.
Na
cerimónia de entrega do
documento ao Governo de
São Tomé por Maria
Manuel Leitão Marques,
eurodeputada que chefiou
a missão de observação
às eleições de setembro
no país, o ministro dos
Negócios Estrangeiros de
São Tomé e Príncipe,
Alberto Pereira, afirmou
não estar “ainda em
condições de fazer
comentários”, mas disse
acreditar ” que com
parceiros como a União
Europeia, algumas
recomendações” poderão
ser implementadas.
“Porque para a
implementação de algumas
delas [recomendações]
vamos mesmo precisar de
alguns apoios dos nossos
parceiros de cooperação
internacional”, e a
“União Europeia não
poderia ficar de fora”,
acrescentou o ministro.
Alberto Pereira referiu
que, por questões de
agenda, nem o
primeiro-ministro nem o
Presidente da República
de São Tomé e Príncipe
estão no país para
receber a missão da UE,
mas ambos pediram para
apresentar cumprimentos,
na cerimónia que
antecedeu a apresentação
pública do documento, na
terça-feira.
“Acreditamos que em 2026
teremos eleições, e que
a UE estará sempre do
nosso lado, do lado de
São Tomé e Príncipe, no
acompanhamento dos
nossos próximos atos
eleitorais”, frisou,
considerando que a
experiência foi “muito
saudável” e que irão
“continuar a
trabalharmos juntos”
para conseguirem
consolidar a
“democracia” no país.
“Haverá uma ‘follow-up
mission’, alguém virá
ver, daqui a um tempo,
se o trabalho está a ser
feito, não
necessariamente se as
recomendações já estão
todas concluídas, mas se
está em curso o trabalho
para que elas possam ser
seguidas”, relembrou,
por seu lado, a
eurodeputada socialista,
ressalvando, porém, que
a aplicação de tais
medidas no país “é uma
decisão das autoridades
democraticamente eleitas
de São Tomé”.
Por
isso, Maria Manuel
Leitão Marques
manifestou o desejo que
“da parte do chefe do
Governo e com a ajuda,
naturalmente, do
Presidente da República”
as recomendações do
relatório “possam já ser
seguidas no próximo ato
eleitoral de
2026”.Quanto aos
resultados de um outro
relatório pelo qual o
país espera, o da
investigação levada a
cabo sobre a alegada
tentativa de golpe de
Estado em São Tomé e
Príncipe, em 25 de
novembro, o ministro dos
Negócios Estrangeiros
disse esperar que saia
“muito em breve”.
“O
Governo pediu apoio
internacional para a
realização de um
inquérito, para sabermos
de concreto o que
aconteceu e como foi
possível acontecer um
caso dessa natureza (…)
e com perdas de vidas
humanas. Estamos à
espera do resultado dos
inquéritos, tendo em
conta que a Procuradoria
[Geral da República] tem
um prazo de três meses
para apresentar o
resultado”, afirmou o
chefe da diplomacia
são-tomense.
Alberto Pereira recordou
que para a investigação
o executivo de São Tomé
e Príncipe contou com “o
apoio do Governo
português para
participar diretamente
nesse inquérito a
Polícia Judiciária
portuguesa”.“Estamos à
espera, não somente o
Governo, mas toda a
Nação, dos resultados
desse inquérito que
acreditamos muito
brevemente sairá”,
concluiu o ministro.
ATR // LFS- Lusa