Governo são-tomense
negoceia com Portugal
novo
navio para substituir
Zaire
28.12.2022 - O navio da
República Portuguesa
Zaire opera nas águas
são-tomense desde
janeiro de 2018, com uma
guarnição mista de
militares portugueses e
são-tomenses.
São Tomé e Portugal
estão a negociar a
substituição do
navio-patrulha Zaire,
com mais de 50 anos, que
tem ajudado a dissuadir
crimes nas águas do
arquipélago situado no
Golfo da Guiné, disse
esta terça-feira o
ministro da Defesa
são-tomense.
“É um assunto que está
em estudo. Este Governo
entrou agora e encontrou
um processo. Temos que
estudá-lo, analisar e
até já estamos a ver se
negociamos com Portugal,
ao invés deste [navio],
poder ser outro [para]
trocarmos o navio porque
este já tem cerca de 50
anos –já é avô –, e
podermos encontrar pelo
menos um pai e não avô,
para não ficarmos aqui
com uma coisa que pode
morrer aqui e não termos
condições para pô-lo a
funcionar.
Tudo isso está em curso,
estamos a negociar”,
disse Jorge Amado,
durante uma conferência
de imprensa, na capital
são-tomense, de balanço
dos 30 dias de
governação no novo
Governo de São Tomé e
Príncipe.
O navio da República
Portuguesa (NRP) Zaire
opera nas águas
são-tomense desde
janeiro de 2018, com uma
guarnição mista de
militares portugueses e
são-tomenses, no âmbito
de um acordo de
cooperação bilateral.
Jorge Amado sublinhou
que, “apesar da sua
idade”, o navio-patrulha
Zaire “está a dissuadir
alguns ‘apetites’ que
possam haver” no mar
são-tomense.
Durante a visita que
efetuou a São Tomé em
outubro do ano passado,
o Presidente da
República de Portugal,
Marcelo Rebelo de Sousa,
defendeu que a missão do
navio-patrulha Zaire em
São Tomé e Príncipe e na
região do Golfo da Guiné
é cada vez mais
importante e afirmou que
não vai parar. Marcelo
Rebelo de Sousa
acrescentou que este
navio-patrulha cumpre
uma missão “ao serviço
de Portugal, mas ao
serviço de uma causa que
também não é só de São
Tomé e Príncipe, é uma
causa universal, no
Golfo da Guiné, numa
situação muito complexa,
que importa a vários
continentes – que
importa a África, que
importa à Europa,
importa às Américas –,
de estabilização numa
área muito cobiçada,
muito instável e muito
perigosa”.
O
ministro da Defesa
são-tomense destacou
hoje que, além do navio
Zaire, a cooperação
portuguesa com São Tomé
abrange também a
formação de quadros e
participação em outras
iniciativas do domínio
marítimo. “Temos vindo a
ter os outros
exercícios, como o ‘Mar
Aberto’ com outros
navios portugueses, têm
vindo cá os meios aéreos
portugueses que de vez
em quando fazem
fiscalização do nosso
território, portanto
acho que Portugal tem
sido bom colaborador”,
disse Jorge Amado.
O ministro, que também
tutela a Administração
Interna, destacou o
apoio de outros
parceiros, como o
Brasil, Índia e Estados
Unidos na capacitação
das Forças Armadas e
fiscalização da Zona
Económica Exclusiva de
São Tomé e Príncipe.
“No
que diz respeito à nossa
guarda-costeira, temos a
ausência de meios navais
para poder fiscalizar as
nossas águas
territoriais e dar as
nossas contribuições no
que diz respeito ao
controlo das nossas
águas territoriais
contra diversos ilícitos
que são praticado no
mar, como a pesca
ilegal, tráfico de seres
humanos e diversos
outros crimes que são
praticados contra os
nossos recursos marinhos
e não marinhos”, referiu
Jorge Amado.
O ministro da Defesa e
Administração Interna
recordou ainda que o
país está “na tentativa
de exploração
petrolífera”, por isso
precisa de “ter uma
força naval bastante
robusta para acompanhar
e fiscalizar as
atividades que são
desenvolvidas no mar”,
mas nesse momento não
dispões de “meios navais
para fazer este
acompanhamento”.
NME // VM Lusa/Fim